ANAIS DO 15º CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA DA FAMÍLIA E COMUNIDADE

Introdução: As infecções sexualmente transmissíveis (IST) são mundialmente conhecidas como um problema de saúde pública. Na última década, por exemplo, casos de sífilis e HIV apresentaram aumentos alarmantes. Assim, o conhecimento da população sobre essas infecções ou a falta deste pode ser determinante no comportamento sexual de risco. Objetivo: Avaliar o conhecimento sobre as IST entre usuários do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Uberaba/MG. Métodos: Estudo quantitativo realizado com uma amostra da população atendida no CTA. Foram entrevistados 772 usuários entre jun/2018 e set/2018, aplicando-se o Questionário sobre Conhecimento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (C-IST), composto por 28 questões, em que cada resposta correta equivale a um ponto no escore final. Os participantes foram: homens, mulheres atendidas por demanda espontânea e gestantes encaminhadas para exames pré-natais; Totalizaram-se 176 adolescentes (≤21 anos), 393 jovens (22-34 anos), 172 adultos (35-59 anos) e 26 idosos (≥60 anos). Resultados: A amostra contabilizou 201(26%) homens, 237(30,7%) mulheres e 334(43,3%) gestantes. A média de idade foi de 33,8 (DP=13,3) anos para os homens, 33,6 (DP=12,8) anos para as mulheres não-gestantes e 24,7 (DP=6,2) anos para as gestantes. Em relação ao C-IST, 17,4% apresentaram conhecimento baixo (≤9 acertos), 62,6% conhecimento médio (10-18 acertos) e 20% conhecimento elevado (19-27 acertos). Apenas 24,9% dos homens, 21,9% das mulheres não-gestantes e 16,2% das gestantes apresentaram conhecimento elevado. Grau elevado de C-IST foi observado em 10,8% dos adolescentes, 25,4% dos jovens, 19,8% dos adultos e 7,7% dos idosos. As diferenças foram estatisticamente significativas (p<0,05). Conclusão: Os resultados destacam o baixo grau de C-IST e remetem a diferenças segundo a faixa etária (grupos etários extremos apresentaram menor C-IST). Esses dados destacam a idade como fator relevante a ser considerado na elaboração/adequação de políticas de saúde visando intervenções bem-sucedidas.