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Redescoberta de Proceratophrys rondonae Prado e Pombal, 2008 com notas sobre a variação morfológica, sexual dimorfismo, história natural

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O gênero Proceratophrys Miranda-Ribeiro 1920 compreende 20 espécies que ocorrem mais comumente no leste do Brasil, nordeste da Argentina e Paraguai, possivelmente alcançando a Bolívia na fronteira com o Brasil. Proceratophrys rondonae Prado e Pombal 2008 é uma espécie conhecida somente do holótipo, que foi coletado há mais de seis décadas numa região remota e incerta do estado de Rondônia. Durante outubro de 2014 e maio de 2015, pôde-se registrar a ocorrência dessa espécie no Parque Nacional do Pacaás Novos (10º46'04.9"S 63º37'23.4"O), município de Campo Novo de Rondônia, em uma área de floresta de terra firme, com riachos encachoeirados com a presença de árvores de grande porte. Foram encontrados 12 indivíduos: dois juvenis, quatro fêmeas e seis machos. Os espécimes foram tombados na coleção de herpetologia da Universidade Federal do Acre, Campus de Rio Branco (UFAC - RB 7434; UFAC - RB 8195 - UFAC - RB 8202; UFAC - RB 8204 - UFAC - RB 8206). A amostra permitiu uma avaliação da variação de caracteres até então desconhecida, sendo possível observar dimorfismo sexual no comprimento rostro-cloacal: 60.0–70.4 mm nos machos e 72.5–94.0 mm nas fêmeas; na coloração da região gular: escuro nos machos e mais claro nas fêmeas; na relação diâmetro do olho/ distância olho-narina; na largura e comprimento da cabeça; comprimento do antebraço e mão, da tíbia e do pé. Os exemplares recentemente coletados em geral se conformam com a diagnose da espécie, exceto pela superfície ventral do corpo predominantemente marmoreada. Um casal em amplexo foi observado em Novembro de 2014, entretanto, não conseguimos obter girinos ou vocalizações da espécie. Apontamos a necessidade de estudos de longo prazo para poder inferir mais informações sobre a flutuação populacional e status de conservação da mesma e medidas mitigatórias.