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Morfometria, folidose e aspectos reprodutivos de Elapomorphus quinquelineatus (Raddi, 1820) da Zona da Mata de Minas Gerais

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Estudos descritivos da biologia reprodutiva de répteis têm fornecido dados essenciais para gerar e testar diversas hipóteses sobre história natural de inúmeras espécies. Já as análises conjuntas das variações biométricas e merísticas são uma ferramenta importante para a detecção de dimorfismo sexual nas espécies e a elucidação de problemas sistemáticos e taxonômicos de ofídios. Serpentes da espécie Elapomorphus quinquelineatus (Raddi, 1820), pertencem à família Dipsadidae e são endêmicas da Mata Atlântica do sudeste do Brasil. Possuem atividade tanto noturna quanto diurna, apresentam dentição opistóglifa e são ovíparos; porém, pouco se conhece sobre sua ecologia e história natural, principalmente devido ao seu hábito fossorial. No presente trabalho, analisamos 57 indivíduos de E. quinquelineatus provenientes da Zona da Mata mineira, estando estes depositados na coleção herpetológica do Museu de Zoologia João Moojen, Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, Brasil. Foram realizadas medidas morfométricas e merísticas de todos os indivíduos maduros para análise de dimorfismo sexual, sendo a maturidade inferida por meio de análises das gônadas. Através de testes estatísticos, foi comprovado dimorfismo sexual na espécie, onde fêmeas apresentaram maiores médias com relação ao comprimento rostro-clocal e maior número de escamas ventrais. Como ainda não foi relatado combate entre machos na reprodução de E. quinquelineatus, é vantajoso que as fêmeas sejam maiores, devido a sua capacidade em produzir e estocar mais ovos, acarretando um maior sucesso reprodutivo, pois produzirá mais filhotes. Os machos, contudo, apresentaram um maior número de escamas caudais e maiores médias no comprimento da cauda, explicado pela acomodação do hemipênis e músculos retratores, além de funções durante a cópula como afastamento de outros machos, contenção de fêmeas e agregação reprodutiva. O teste também comprovou que não há relação entre o número de escamas e o tamanho do animal. E com as análises das gônadas, 44 indivíduos foram considerados maduros.