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LEVANTAMENTO ETNOHERPETOLÓGICO DAS FAMÍLIAS TROPIDURIDAE E GEKKONIDAE EM UMA ÁREA DE CAATINGA EM SÃO BENTO DO UNA, AGRESTE PERNAMBUCANO

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A Caatinga ocupa uma área de cerca de 850.000 km², caracteriza-se por uma vegetação tipicamente hiperxerófila. O Bioma, apresenta uma grande variedade de espécies de répteis, inclusive algumas endêmicas, no entanto, suas populações vem sofrendo declínios devido às mudanças climáticas e ambientais. Esse trabalho visou conhecer a diversidade de répteis escamados da família Tropiduridae e Gekkonidae ocorrentes numa área de Caatinga em São Bento do Una – PE. A pesquisa foi desenvolvida no Sítio Mimosinho (08º 31’ 11’’ S e 36 º 26’ 44’’ O), em Abril/2017, por meio de entrevista com os moradores locais, utilizando imagens de espécies de répteis das ditas famílias e perguntando-lhes quais são encontradas na região. Foram entrevistadas 18 pessoas, com idade entre 20 e 78 anos, (nessa localidade vivem 25 pessoas adultas). Foram identificadas quatro espécies da família Tropiduridae: Eurolophosaurus amathites (Rodrigues, 1984), (5 pessoas); Tropidurus helenae (Manzani & Abe, 1990), (4 pessoas); Tropidurus hispidus (Spix, 1825), (18 pessoas); Tropidurus semitaeniatus (Spix, 1825), (10 pessoas). E quatro espécies da família Gekkonidae: Hemidactylus brasilianus (Amaral, 1935) – (7 pessoas); Hemidactylus agrius Vanzolini, 1978 – (18 pessoas); Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818) – (18 pessoas); Lygodactylus klugei (Smith, Martin & Swain, 1977) – (4 pessoas). São endêmicas da Caatinga E. amathites, T. helenae e T. semitaeniatus. As espécies mais representativas foram T. hispidus, H. agrius e H. mabouia sendo citadas por todos os entrevistados, e T. helenae, L. klugei foram as menos representativas, citada apenas por 4 entrevistados. Este trabalho contribui para a discussão sobre os saberes etnoherpetológicos através do conhecimento da comunidade rural do Sítio Mimosinho, auxiliando na realização do levantamento da herpetofauna na área estudada. Mesmo que os resultados sejam preliminares, estes devem ser considerados, valorizando a ótica da população em relação a herpetofauna local como auxílio na formulação de propostas de conservação.