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Diversidade de lagartos em quatro fisionomias de cerrado na Estação Ecológica de Santa Bárbara, SP

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O Cerrado é considerado um dos hotspots para a conservação devido a sua grande diversidade, quantidade de espécies endêmicas e ameaças causadas por ações antrópicas. Um dos fatores que explica essa alta biodiversidade é a grande heterogeneidade de fitofisionomias. O presente estudo visa analisar as variações de diversidade de lagartos no mosaico de paisagens que compõem um fragmento de cerrado na Estação Ecológica de Santa Bárbara, centro-sul de São Paulo. As amostragens estão sendo feitas por meio de armadilhas de intercepção e queda - as quais estão distribuídas igualmente em áreas de campo sujo, campo cerrado, cerrado sensu stricto e cerradão e são abertas durante 10 dias por mês. Os resultados aqui apresentados foram obtidos entre agosto de 2016 e abril de 2017. Nesse período já foram capturados 522 indíviduos de 11 espécies de lagartos, pertencentes a 4 famílias, sendo Micrablepharus atticolus a espécie de maior abundância; destas, 7 espécies são estritamente relacionadas às fisionomias mais abertas (campo sujo, campo cerrado e cerrado sensu stricto) e apenas Mabuya frenata é encontrada em maior abundância no cerradão. A estimativa de riqueza para cada fisionomia, segundo o estimador bootstrap, foi de 10,2 para o campo sujo, 9,1 para o campo cerrado, 9,5 para o cerrado sensu stricto e 6,2 para o cerradão, comprovando a tendência de preferência por áreas mais abertas pelos lagartos de cerrado. Assim, a manutenção de fisionomias mais abertas – por meio do manejo de fogo, por exemplo – pode favorecer uma fauna de lagartos mais diversificada na região de estudo. Embora já tenhamos capturado um número razoável de indivíduos, a maior parte destes pertencem a poucas espécies (as cinco espécies mais comuns perfazem 96% dos indivíduos capturados). Estão previstos mais 15 meses de amostragens, que podem mostrar detalhes adicionais sobre o uso do ambiente pelas diferentes espécies.