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Dimorfismo sexual em Leptodactylus fuscus (Anura, Leptodactylidae) com base em parâmetros morfométricos

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O gênero Leptodactylus compreende quatro grupos de espécies, dentre eles o grupo de L.fuscus que inclui machos que constroem câmaras às margens de corpos d’água, deslocando o substrato com o focinho. Essas câmaras são utilizadas pelas fêmeas para oviposição. O presente estudo teve como objetivo avaliar a ocorrência de dimorfismo sexual morfológico nos indivíduos desse grupo, a partir da previsão de que o comprimento do focinho seja maior para os machos, considerando que são eles que escavam tocas. Foram medidos 221 exemplares coletados nos estados de Minas Gerais, Bahia, Espirito Santo, Goias, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio de Janeiro que estão depositados na Coleção de Herpetologia do Museu de Ciências Naturais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. A análise consistiu em (I) sexagem com base na presença/ausência do saco vocal; (II) obtenção de parâmetros morfométricos, tais como comprimento rostro-cloacal, largura da cabeça, comprimento da cabeça, diâmetro do olho, diâmetro do tímpano, distância olho-narina, distância narina-focinho, distância interorbital e distância internasal. Os resultados evidenciaram dimorfismo apenas com relação ao comprimento do focinho que foi menor nos machos (ANCOVA F=1.66; P < 0,001). Sugerimos que os menores tamanhos de focinho aumentem a eficiência de escavação dos machos.