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Descrição do girino de Pithecopus rusticus (Anura, Phyllomedusidae)

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O estudo da morfologia larval é essencial na sistemática e taxonomia de anfíbios. Pithecopus rusticus é micro-endêmica nos Campos Sulinos e pobremente conhecida quanto à biologia reprodutiva, história natural ou ecologia. Aqui, descrevemos a morfologia externa do girino de P. rusticus, provenientes de desovas coletadas na localidade-tipo, em Água Doce, Santa Catarina, sul do Brasil. Analisamos 15 girinos no estágio 37. O corpo é oval em vista dorsal e triangular em vista lateral, com comprimento (12,43 ± 0,53) representando 36% do comprimento total (34,15 ± 1,49). O focinho é ligeiramente truncado em vista dorsal e lateral. As narinas são ovais e anterolaterais e os olhos posicionados lateralmente. O espiráculo é ventral e sinistral. O tubo ventral é destral e associado à nadadeira ventral. A cauda é curvada em direção à superfície ventral, com flagelo e corresponde a 63% do comprimento total do girino. A musculatura caudal é bem desenvolvida e a nadadeira dorsal é mais baixa do que a ventral. O disco oral é anteroventral, não emarginado. As papilas marginais são arredondadas, unisseriadas e alternadas, com amplo gap dorsal. As papilas submarginais são agregadas lateralmente, não formando fileiras. A fórmula dentária é 2(2)/3(1), sendo a primeira e a segunda linha anterior de mesmo comprimento, a primeira linha posterior (P1) ligeiramente maior do que a segunda (P2) e a terceira seis vezes menor do que P1 e P2. Em vida, o corpo, a cauda e as nadadeiras são amarelados com manchas castanhas na superfície dorsal e lateral do corpo, nas nadadeiras e na musculatura caudal. O peritônio possui brilho metálico variando de ouro, alaranjado ao amarelo-esverdeado e violeta. O girino desta espécie apresenta semelhanças morfológicas com as demais espécies do grupo de P. hypochondrialis, mas distingue-se pelo número de fileiras de papilas marginais e presença de papilas submarginais no disco oral.