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DENSIDADE DE JACARÉ-DE-PAPO-AMARELO Caiman latirostris (Daudin, 1801) (Crocodylia, Alligatoridae) NO PARQUE ESTADUAL DO RIO DOCE, MINAS GERAIS, BRASIL

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O jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) é o crocodiliano brasileiro que apresenta distribuição mais ampla. Entretanto, faltam estudos em áreas preservadas, o que impõe restrições ao desenvolvimento de planos de conservação. Neste contexto, o presente estudo objetivou investigar a densidade de jacaré-de-papo-amarelo no Parque Estadual do Rio Doce (PERD), Minas Gerais. O PERD está inserido no bioma Mata Atlântica, sendo seu maior remanescente contínuo no Estado. Considerado como área prioritária para a conservação, o PERD possui 42 lagoas naturais em seu território, que abrange aproximadamente 36.000 hectares. O método utilizado foi a contagem noturna, com auxílio de uma lanterna com feixe de luz forte. As excursões ocorreram nos meses de março de 2016 e fevereiro de 2017, sendo realizadas em cinco lagoas no PERD (Dom Helvécio, Aníbal, Dos Patos, Águas Claras e Carioca). O deslocamento nas lagoas foi feito em um barco de alumínio, onde os animais eram contabilizados seguindo um transecto percorrendo toda extensão das lagoas. Foram avistados um total de 277 indivíduos distribuídos nas cinco lagoas estudadas: Aníbal (174), Dom Helvécio (74), Dos Patos (18), Águas Claras (6) e Carioca (5). Constatou-se uma densidade de 3,6 indivíduos/km em toda área de estudo. Na comparação entre as lagoas, a densidade variou de 1,16 indivíduos/km na lagoa Águas Claras a 7,47 indivíduos/km na lagoa Aníbal. O valor encontrado é considerado alto se comparado a outros estudos com a espécie, que, em sua grande maioria, não passam de 0,93 indivíduos/km, fato que demonstra o potencial da região na conservação destes animais. A distribuição do C. latirostris coincide com regiões densamente ocupadas no Brasil, o que demonstra sua situação complexa no que tange a conservação. Portanto, o conhecimento de suas populações naturais em áreas protegidas, torna-se de extrema importância. Ademais faz-se aqui o primeiro registro de abundância do jacaré-de-papo-amarelo no PERD.