Anais do IX Congresso Brasileiro de Herpetologia

Conhecida de todos nós, Bertha Maria Júlia Lutz, é autora de relevantes estudos sobre anfíbios, principalmente brasileiros. Sem dúvida, sua obra máxima é o livro, ainda hoje referência obrigatória, Brazilian species of Hyla publicado em 1973. Nascida em 2 de agosto de 1894 em São Paulo, filha de Adolpho Lutz e Amy Fowler. O ensino secundário foi em Paris e se graduou em ciências naturais pela Universidade de Paris. Entrou por concurso no Museu Nacional em 1919, sendo a segunda mulher no serviço público. Graças ao esforço das feministas, destacadamente Bertha Lutz, em 1932 é editado por decreto-lei o sufrágio feminino. Se graduou em direito em 1933 pela UFRJ. Concorre a Câmara dos deputados e alcança a primeira suplência, assumindo o mandato em 1936. Foi delegada plenipotenciária na conferência que criou as Nações Unidas. Com 44 anos publica seus primeiros estudos com anfíbios (1938-39), em coautoria com seu pai. Seus estudos sobre comportamento podem ser considerados pioneiros e alguns clássicos. Jubilada em 1969 do Museu Nacional, foi agraciada com o título de Professora Emérita da UFRJ em 1965. Faleceu em 16 de setembro de 1976 aos 82 anos. Foi homenageada com o nome de várias espécies de anfíbios, nome de rua, creche e escola municipal na cidade do Rio de Janeiro. O Senado Federal criou o Diploma Bertha Lutz, para agraciar mulheres que tenham relevante contribuição na defesa dos direitos da mulher e questões do gênero. Bertha Lutz é motivo de orgulho e inspiração para toda a sociedade brasileira.