O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é um distúrbio prevalente em escolares. Quanto mais tardio for o diagnóstico, maiores serão os prejuízos sociais, acadêmicos e profissionais na vida dos indivíduos afetados. Considera-se que os professores possam ser agentes importantes para o estabelecimento do diagnóstico precoce de TDAH e outros distúrbios comportamentais. A pesquisa teve por objetivo levantar o percentual de escolares diagnosticados com TDAH em uma amostra clínica e verificar quais foram os sinais mais apontados pelos professores referentes a estes alunos, através do estudo dos relatórios encaminhados. Foram avaliados 105 prontuários de atendimentos realizados entre 2014 e 2016, dos quais 69 (65,7%) eram de escolares. O percentual de alunos com TDAH foi de 34,8%, sendo o subtipo mais frequente a apresentação combinada. Houve predominância de meninos, na proporção de 2:1. A comorbidade mais recorrente associada ao TDAH foi o transtorno de aprendizagem, aparecendo em 37,5% dos casos. Os professores destacaram com maior frequência problemas de aprendizagem, desatenção, hiperatividade e agressividade em alunos que receberam o diagnóstico de TDAH. Até o momento, os dados indicam haver uma concordância expressiva entre as informações oferecidas pelos professores e o diagnóstico clínico dos alunos encaminhados.