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Avaliação neuropsicológica da atenção e da memória em surdos

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Este estudo consiste em uma pesquisa de abordagem quantitativa que averiguou as relações entre o uso da Língua de Sinais Brasileira (Libras) e a cognição, focando nos processos relativos à atenção e à memória. A partir de pesquisas que articulam o tema, como as empreendidas por Arnold e Kopsel (1996), Corina, Hafer e Welch (2014) e Parasnis e Samar (1985) no âmbito internacional, essa é uma investigação preliminar para o contexto brasileiro. Nesse enfoque, foram organizados e avaliados três grupos: surdos que se comunicam por Libras, ouvintes que dominam Libras e utilizam essa linguagem e ouvintes que desconhecem totalmente a Libras. Participaram do estudo 90 pessoas. Foram aplicados os seguintes testes psicométricos: AC (Atenção Concentrada), Figura Complexa de Rey: cópia e memória e os subtestes do WISC III (Wechsler Intelligence Scale for Children Third Edition): Labirinto e Dígitos (ordem normal e inversa). A aplicação dos testes teve orientação em Libras para os participantes surdos. Os resultados sugerem que não é a surdez responsável por uma atenção mais desenvolvida, mas o uso e o conhecimento da Libras. Além disso, não há diferenças, estatisticamente significativas, entre surdos e ouvintes quando as funções de memória e atenção. Portanto, a pesquisa demonstrou que a Libras, como meio de comunicação dos surdos, relaciona-se a um aumento na atenção e possui implicações para a cognição humana.