O nascimento de uma criança cega pode interferir na dinâmica familiar e potencializar algumas tensões pré-existentes entre seus membros. Além disso, a falta de conhecimento, medo, inseguranças, dúvidas podem afetar negativamente as crianças com deficiência visual, já que as famílias constituem a principal fonte influenciadora no desenvolvimento psicossocial, na autoimagem, na autoestima das crianças, entre outros aspectos, contribuindo ou limitando suas possibilidades de inserção social.
Com o objetivo de fortalecer as famílias de crianças cegas e favorecer o desenvolvimento das mesmas, foi criado, em novembro de 2012, o Grupo Terapêutico de Famílias de Crianças Cegas (GTF) no Centro de Intervenção Precoce do Instituto de Cegos da Bahia (CIP). O GTF funciona com encontros mensais, quando são trabalhadas diferentes temáticas, como: aceitação da deficiência, esporte adaptado, falar sobre a cegueira, entre outros.
Os temas abordados são sempre selecionados a partir de demandas dos participantes do Grupo (pais, mães, avós, vizinhos, irmãos). Como resultados, observam-se relatos de maior aceitação da cegueira, conscientização dos direitos da pessoa com deficiência e de necessidade de mudanças na sociedade, construção de uma rede de suporte social entre os familiares. Além destes, a equipe do CIP que atende diretamente as crianças cegas expõe avanços no desenvolvimento da criança, melhora no relacionamento do responsável com a criança e relatos positivos sobre os encontros do GTF.