Anais do VI Congresso Brasileiro de Carvão Mineral

A utilização de finos de carvão vegetal na produção de coque em substituição a outros materiais de origem fóssil é uma das alternativas com grande potencial para a diminuição na emissão de CO2/t gusa. Entretanto, propriedades do carvão vegetal, como sua elevada área superficial, resultam em um coque com elevada reatividade ao CO2. O presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da impregnação do alcatrão sobre a reatividade ao CO2 do carvão vegetal e, da utilização deste carvão vegetal impregnado sobre as propriedades do coque. Para isto, utilizou-se amostras de finos de carvão vegetal e alcatrão proveniente do processo de coqueificação. Três amostras de carvão vegetal foram impregnadas com diferentes proporções de alcatrão e pirolisadas a 1000 ºC. Estas amostras foram caracterizadas por análises morfológica em MEV e de reatividade ao CO2 em termobalança. Além disto, coques de escala laboratorial foram produzidos a partir da inserção de carvão vegetal e de carvão vegetal impregnado por alcatrão. Os coques foram caracterizados através de ensaios de CRI e CSR. Os resultados deste estudo mostram a evidencia da impregnação através do recobrimento de parte das partículas de carvão vegetal. O reflexo disto é a diminuição da área superficial das partículas de carvão vegetal impregnadas e consequentemente da reatividade ao CO2. Os coques produzidos neste estudo mostraram que a utilização carvão vegetal impregnado com alcatrão resulta em uma manutenção da qualidade do coque, apresentando uma diminuição significativa de reatividade ao CO2 e aumento de resistência mecânica. Isto está relacionado ao efeito protetor contra o gás CO2 causado pela impregnação do alcatrão sobre as partículas de carvão vegetal.