INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DE CARBONIZAÇÃO NA LIBERAÇÃO DOS GASES NÃO CONDENSÁVEIS DA MADEIRA

As vantagens ambientais no processo produtivo do ferro gusa somada a maior qualidade final do produto (aços e ligas metálicas) fazem aumentar o interesse das empresas do setor siderúrgico pelo uso do carvão vegetal, como termorredutor, alternativamente ao uso do carvão mineral. No processo produtivo desses termorredutores renováveis, porém, são lançados principalmente quatro gases não condensáveis (CO2, CO, CH4, H2), além de outros compostos aromáticos, que são nocivos ao meio ambiente e naturalmente emitidos em diferentes concentrações de acordo com a evolução da temperatura de carbonização. Assim, nesse trabalho se procurou conhecer a dinâmica da composição dos gases não condensáveis da carbonização em função do aumento da temperatura, através da análise qualitativa e quantitativa dos componentes gasosos. Para esse procedimento foram realizadas carbonizações com madeira de Eucalyptus. spp a 0% de umidade em forno elétrico tipo mufla até as temperaturas finais de 400° C, 550° C e 700° C, com três repetições aplicadas, totalizando nove carbonizações, sendo analisado o conteúdo do gás liberado durante todo o processo. No presente estudo, foi verificado que a emissão de CO e CO2 no processo de degradação térmica da madeira teve seus picos de emissão em temperaturas menores - ocorrido na faixa de 220°C a 380°C -, onde também se observa os picos de degradação das hemiceluloses e celulose. Além disso, se observou o comportamento de crescimento progressivo da concentração de H2 e CH4, entre 400°C e 700°C, devendo-se ao fato de ocorrerem por intermédio da degradação da lignina, componente de maior estabilidade térmica e que se decompõe a pequenas taxas sob ampla faixa de temperatura. Portanto, pode-se concluir que existe variação no comportamento de liberação de cada gás, sendo que os oxigenados (CO2 e CO) têm tendência de redução ou estabilização com o aumento da temperatura e o H2 e o CH4 apresentam crescimento progressivo.