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1. INTRODUÇÃO

No processo de produção de painéis reconstituídos de madeira, a união dos substratos se dá pela utilização de um agente que promova a colagem, no caso, um adesivo sintético termofixo. Na qualidade desse processo, é importante considerar a influência do pH tanto da madeira quanto do adesivo. Os limites de pH do adesivo não devem ultrapassar a faixa de 2,5 a 11, pois podem resultar em degradação das fibras de madeira (IWAKIRI, 2005).

A acidez da madeira tem influência sobre a cura do adesivo e também na escolha do tipo de catalisador a ser empregado na confecção de paneis. O nível de acidez da madeira é medido em pH e capacidade tampão. Enquanto que o nível de pH da madeira mede a acidez específica sob determinadas condições, a capacidade tampão mede a resistência da madeira em alterar o pH. Madeiras com alta capacidade tampão requerem maiores quantidades de catalisadores ácidos, para reduzir o pH ao nível necessário para uma cura ideal do adesivo (MALONEY, 1993). As resinas mais utilizadas comercialmente, que são a ureia-formaldeído e o fenol-formaldeído, curam respectivamente nos meios ácidos e alcalinos. Portanto, uma madeira de alta acidez apresenta maior dificuldade de colagem com a resina fenol-formaldeído, enquanto madeiras com pH excessivamente ácidos podem causar a pré-cura do adesivo ureia-formaldeído durante a fase de fechamento da prensa, prejudicando as propriedades finais do painel (IWAKIRI et al., 2002). O pH das diversas espécies situa-se geralmente na faixa entre 3 e 6 (IWAKIRI, 2005).
O pH do adesivo pode ser diretamente medido por aparelhos como potenciômetros específicos. Por outro lado, na literatura os estudos sobre o pH das diferentes espécies de madeira são escassos. Dessa forma, uma alternativa seria verificar a influência da madeira no pH do adesivo. O objetivo desse trabalho foi avaliar a influência de diferentes espécies de madeira sobre o pH de adesivos sintéticos.