#AoIR 2nd Flashpoint Symposium 2020

Um dos principais acontecimentos relacionados às eleições brasileiras de 2018 foi o ataque da “facada” sofrida pelo, então candidato à presidência pelo PSL (Partido Social Liberal), Jair Bolsonaro. Desde então, circundada por um contexto de polarização no cenário político-eleitoral brasileiro, a facada ainda figura como um tema relevante nas interações políticas, não obstante os fenômenos relacionados à desinformação na sociedade (SOARES; RECUERO; ZAGO, 2019). A problemática articulada neste trabalho envolve o processo comunicativo da sociedade desenvolvido a partir dessas duas plataformas. Observa-se que ambas encontram-se associadas à emergência de uma crise epistêmica na sociedade (BENKLER; FARIS, ROBERTS, 2018), circunstanciada pela complexidade da comunicação (LUHMANN, 2006). Diante disso, o objetivo deste trabalho é analisar e descrever comparativamente como as interações sociais no Twitter e no WhatsApp produzem desinformação a respeito da “facada” em Jair Bolsonaro. Assim, questiona-se: a) qual a incidência de mensagens consideradas desinformativas em ambas as plataformas? b) de que forma as condições de produção de desinformação sobre a facada podem estar associadas às características interacionais do Twitter e do WhatsApp? Os resultados provisórios apontam que, comparativamente, há uma maior produção de desinformação no WhatsApp (63%) do que no Twitter (41%). Da mesma forma, verifica-se que, no que diz respeito às interações sobre a facada, há uma tendência de aumento relativo na produção de desinformação, conforme os três lapsos temporais observados. Preliminarmente, identifica-se que as características do WhatsApp, em relação ao Twitter, favorecem uma maior produção e circulação de conteúdos considerados como “desinformativos”.