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Este artigo propõe conjugar dois eixos de discussão para pensar a situação recente de dança na cidade de São Paulo. O primeiro diz respeito ao impacto do viver em um mundo cada vez mais conectado, que agora adentra a fase denominada de Internet das Coisas, na qual as máquinas se comunicam entre elas (M2M, machine to machine, isto é, máquina com máquina). Este modo de viver gesta hábitos cognitivos que não ficam retidos somente ao momento das práticas digitais, pois migram para os contatos presenciais e produzem formas de sociabilidade com as quais ainda estamos nos familiarizando. E o segundo eixo refere-se ao triunfo do homo oeconomicus sobre o homo politicus (Brown, 2015), que ocorre dentro de um fenômeno que pode ser descrito como economização da vida (Caliskan e Collon, 2009, apud Brown, 2015). A economização identifica o estágio do neoliberalismo no qual estamos, caracterizado pela exportação da lógica econômica para todos os setores da vida. E quando se passa &ldquoa pensar a vida através de normas de mercado, tal como sucedeu com o que se gestou a partir da implantação da Lei de Fomento à Dança na cidade de São Paulo (2006), mesmo sem nos darmos conta, estamos praticando aquilo que Manovich (2013) chama de lógica do software. A hipótese aqui proposta é a de que cabe relacionar o homo oeconomicus com o sujeito empreendedor de si (Dardot e Laval, 2016) para lidar com o momento político que a dança vive na cidade de São Paulo. A aproximação entre eles se apoia no entendimento de que corpo e ambiente estão co-implicados (Teoria Corpomídia, Katz e Greiner), o que explica a similaridade de suas estruturas lógicas, e que ela escoe para o corpo que faz e que assiste dança.
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