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Se você NUNCA registrou um DOI no seu Lattes, veja nosso tutorial!Introdução: O relatório mundial de AIDS demonstrou em 2016 cerca de 36,7 milhões de pessoas infectadas pelo vírus do HIV. No Brasil, foram notificados 194.217 casos de infecção pelo HIV na última década. Uma das formas de diagnosticar o HIV é por meio dos testes rápidos (TR), sendo uma forma simples e prática, de baixo custo, e, além disso, possui rápido resultado para a devolutiva as populações flutuantes e de difícil acesso, como a população em situação de rua (PSR). Essa população apresenta vulnerabilidade significativa, apresentam comportamentos e atitudes de risco, e ainda dificuldade no acesso aos serviços de saúde. Levando em conta a vulnerabilidade desta população para a aquisição de doenças infectocontagiosas, torna-se premente em pesquisas e na assistência identificar e fortalecer métodos de diagnóstico acessíveis e eficazes para tratamento precoce do HIV, propiciando melhor qualidade de vida. Objetivo: Descrever a experiência do uso de teste rápido, tipo imunocromatografia, como ferramenta diagnóstica para infecção pelo HIV em estudo de corte transversal conduzida em indivíduos em situação de rua. Metodologia: Em um estudo transversal com indivíduos em situação de rua da cidade de Goiânia-Goiás, foi realizada abordagem direta aos indivíduos, com aplicação de instrumento contendo características sociodemográficas, comportamentais e clínicas. Após, 10 mL de sangue foram coletados, sendo 1 mL para a realização de teste rápido para HIV e o restante para exame ELISA. Considerando o caráter migratório, perfil de vulnerabilidade e dificuldade de acesso aos serviços de saúde da PSR, o presente estudo, inédito na Região Central do Brasil, optou-se pela realização de Testagem Rápida de Imunocromatografia de Fluxo Lateral para diagnóstico e tratamento precoce. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás, Protocolo nº 045/13. Resultados: Durante o desenvolvimento da pesquisa foi possível identificar a importância do teste rápido para o diagnóstico do HIV na população em situação de rua, por serem estes pertencentes a segmento populacional flutuante, estigmatizado e excluído da sociedade, sem acesso a ações de detecção e tratamento de agravos à saúde. No presente estudo, na mesma instituição de apoio provisório, foram entregues os resultados do TR aos participantes, imediatamente após a sua realização, por um enfermeiro capacitado, o qual neste momento realizou o atendimento individualizado com esclarecimento de possíveis dúvidas, educação em saúde, aconselhamento e encaminhamento seguro e imediato para seguimento clínico no Centro de Testagem e Aconselhamento de IST/AIDS da capital. Ainda verificou-se maior adesão ao tratamento em virtude do aconselhamento pós-teste imediato com o resultado. Discussão: Estudos realizados em várias partes do mundo estimaram altas taxas de prevalência para o HIV em indivíduos em situação de rua, ratificando a vulnerabilidade desse grupo populacional. Os estudos, em sua maioria, apontam para a dificuldade de devolução do resultado dos exames para os indivíduos, com consequente baixa adesão à terapêutica, não estabelecimento de vínculo entre morador de rua e pesquisador, e altas taxas de morbimortalidade desses indivíduos potenciais disseminadores do vírus. Estimulado pela OMS, o TR é uma ferramenta de fácil manipulação, diagnóstico rápido e possibilidade de tratamento precoce a ser utilizado, em particular, em grupos populacionais vulneráveis. Ainda, em 2017 foi regulamentado o autoteste para o HIV no intuito de auxiliar o paciente a acompanhar ou detectar a doença, porém não conclusivo para o diagnóstico, evidenciando a relevância e pioneirismo do presente estudo, que utilizou o TR para pesquisa com resolubilidade imediata na prática clínica. Conclusão: A presente investigação ratifica a vulnerabilidade dos indivíduos em situação de rua a infecção pelo HIV, necessitando de políticas públicas que abarquem suas especificidades. O uso da imunocromatografia na pesquisa mostrou-se uma ferramenta extremamente relevante para esse tipo de população flutuante, e evidencia ser uma importante estratégia para que, de fato, as investigações científicas tenham implicações imediatas na prática clínica. Espera-se, que essa experiência contribua para pesquisas mais assertivas que considerem não meramente os dados brutos, mas sua aplicabilidade precoce na população em estudo, quebrando assim a cadeia de infecção do HIV, e consequentemente na qualidade de vida desses indivíduos.
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