Perfil Epidemiológico dos Atendimentos Pré-Hospitalares em crianças realizados por um Grupamento de Bombeiros Militar.

Vol1,2018 - 97127
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Resumo

Introdução: O Atendimento Pré-Hospitalar (APH) móvel é o atendimento prestado às vítimas que necessitam de estabilização do quadro de urgência, no meio extra-hospitalar. A assistência prestada pelo APH é realizada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) e pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (SAMU-DF) por meio de cooperação técnica integrada, promovendo o desenvolvimento da Política Nacional de Atenção às Urgências e Emergências O trauma é definido como “evento nocivo que advém da liberação de formas específicas de energia ou de barreiras físicas ao fluxo normal de energia”. As vítimas pediátricas possuem particularidades por possuírem estrutura corporal diferente da do adulto, o que faz com que uma maior energia seja transmitida para os órgãos subjacentes. Com isso, podem existir lesões significativas internas sem evidências aparentes de trauma externo nesse público. Objetivos: A pesquisa teve como objetivos caracterizar o perfil epidemiológico dos atendimentos pré-hospitalares traumáticos, identificar a incidência de agravos e os tipos de traumas mais frequentes nos atendimentos em crianças de 0 a 12 anos realizados pelo 1º Grupamento de Bombeiro Militar (GBM) do CBMDF no período de 01 de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2016. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo de abordagem quantitativa, exploratória, documental, de base populacional e corte transversal. Possui natureza descritiva, que limita-se a descrever a ocorrência de eventos em uma população, sendo o primeiro passo em uma investigação epidemiológica, a partir de dados coletados diretamente através de questionários específicos. Foram selecionadas as Fichas de APH das ocorrências traumáticas envolvendo crianças de 0 a 12 anos, no período delimitado. Essas fichas contêm informações sobre aspectos sócio demográficos e tipos de agravos nas ocorrências atendidas, sendo preenchidas manualmente no momento do atendimento. O estudo é derivado da pesquisa intitulada como “Perfil dos Atendimentos Pré-Hospitalares realizados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal” submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde do Distrito Federal (FEPECS-DF) obtendo sua aprovação. Resultados: Os resultados do estudo estão em fase preliminar, contudo é possível encontrar desde já claros destaques. O primeiro é quanto aos sinais vitais onde em 98% dos atendimentos os valores de pressão arterial sistólica não foram preenchidos pelo socorrista; o mesmo ocorre em 82% dos casos com os dados de frequência respiratória; e em 65% dos casos com saturação e pulso. O segundo é sobre agravos traumáticos, onde predominam os acidentes automobilísticos (31,57%), seguidos de queda da própria altura (21,05%), categorias onde políticas públicas podem ser eficazes para diminuir as ocorrências. Em geral, o perfil dos atendimentos é de baixa complexidade. Em 77% dos casos a gravidade é estável e potencialmente estável em 10,53%; a média de idade das vítimas é de sete e seis anos, com mediana em oito anos; o sexo é equilibrado, mas prevalece o masculino com 54% dos casos; e, por fim, os traumas mais frequentes são contusão (30%) e fratura/entorse/luxação (26%). Discussão: Os debates destes resultados estão limitados a escassez de publicações brasileiras sobre perfil epidemiológico do trauma em crianças. Contudo, entre os achados que podem ser alinhados a outros estudos e dados está principalmente o de agravos. O Ministério da Saúde fornece plataforma com dados sobre a saúde brasileira, o DATASUS, elenca que a principal causa de morbidade e mortalidade das crianças no Distrito Federal (DF) é o acidente automobilístico. Os mesmos dados, apenas com nomenclatura ligeiramente diferente, também são confirmados pelo Boletim Epidemiológico de Mortalidade por Acidentes no Distrito Federal. Apesar de o presente estudo ter apresentado apenas atendimentos de baixa complexidade, a frequência de acidentes automobilísticos demonstram uma tendência complexa que envolve saúde, comportamento social e políticas públicas. Considerações finais: Tendo em vista que os dados são um importante instrumento para subsidiar a criação e implementação de políticas públicas direcionadas às necessidades da população, a sugestão é que as próximas pesquisas sobre o assunto cuidem de investigar a causa do não preenchimento de informações referentes ao APH e se esta relacionada com a não avaliação do paciente ou apenas à falha de preenchimento do instrumento. A limitação do estudo refere-se a baixa produção de trabalhos científicos sobre o tema. Sugere-se que sejam produzidos mais estudos a fim de contribuir para uma discussão robusta capaz de resultar em melhorias para a população.

Instituições
  • 1 Universidade de Brasília
Eixo Temático
  • Referenciais teóricos-metodológicos para a pesquisa em enfermagem e saúde
Palavras-chave
Atendimento pré-hospitalar. Criança. Trauma. Bombeiros. Epidemiologia