OPERACIONALIZANDO O PMAQ-AB NO ESTADO DE GOIÁS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Vol1,2018 - 97142
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Resumo

Introdução: Até o ano de 2012 pouco se sabia das condições de funcionamento, estrutura e processo de trabalho das equipes das unidades básicas de saúde (UBS). Assim, um processo de Avaliação Nacional da Atenção Básica começou a ser desenvolvido no país, por meio de iniciativas do Ministério da Saúde, em parceria com diversas instituições de ensino e pesquisa: o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). O PMAQ-AB surgiu da necessidade de obter informações precisas e fidedignas da Atenção Básica (AB), para propor um conjunto de ações e estratégias de qualificação, acompanhamento e avaliação do trabalho das equipes de saúde. O PMAQ completou seis anos em 2017, e possui quatro fases: adesão e contratualização; desenvolvimento; avaliação externa; e recontratualização. Estas fases se complementam, e ao final delas inicia-se um novo ciclo. Após três ciclos, em 2017, 42.975 equipes em 95,6% dos municípios brasileiros já realizaram adesão ao programa. Objetivo: Relatar a experiência como supervisora no processo de avaliação externa das UBS no 3º Ciclo do PMAQ-AB no estado de Goiás. Metodologia: A avaliação externa das UBS no estado de Goiás, por meio do 3º ciclo do PMAQ-AB, iniciou-se com o processo de seleção e recrutamento de avaliadores, que ocorreu entre julho e agosto de 2017. Exame online e avaliação curricular de documentos submetidos no site do processo seletivo foram realizados. Os aprovados participaram de “Capacitação presencial em avaliação de serviços de saúde”, com 40 horas de duração, que abordou aspectos teóricos de avaliação de serviços de saúde, técnicas de coletas de dados, manuseio de tablets e dramatização de entrevistas. Os participantes com melhor desempenho foram selecionados para o estágio prático, que consistia nas atividades de trabalho de campo, divididos em seis rotas dentro do estado de Goiás, realizadas de agosto a dezembro de 2017, com 38 entrevistadores e cinco supervisores. Todos os participantes realizavam entrevistas e estavam subdividos em equipes de pesquisa, lideradas por um dos membros, designado supervisor de campo. Resultados: O 3º ciclo do PMAQ-AB em Goiás ocorreu em 2017 com a participação de 246 municípios (100% de adesão), 1000 unidades de AB com saúde bucal (SB) (99,5% de adesão), 353 equipes somente de AB (98,6% de adesão), e ainda 189 equipes de Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) (95,45% de adesão). O principal papel dos entrevistadores e supervisores, divididos em equipes de 3 ou 4 pessoas, consistia em aplicar o instrumento de avaliação externa para as equipes de AB e SB, sendo o instrumento organizado em seis módulos, e dividido em: observação da unidade de saúde; entrevista com o profissional da equipe de AB e verificação de documentos; entrevista com o usuário na UBS; entrevista com o profissional do NASF e verificação de documentos; observação da estrutura e materiais na UBS para SB; entrevista com o profissional da equipe de SB e verificação de documentos na UBS. Discussão: Áreas de difícil acesso, somadas à falta de transporte público e ou transporte próprio para os avaliadores, assim como dificuldades relacionadas a recursos reduzidos, como para alimentação, exigiu das instituições e dos pesquisadores conhecimento da realidade de cada localidade, visando a elaboração de plano para o desenvolvimento do trabalho proposto. Esse problema foi sanado com a realização de tarefas compartilhadas e solidárias pelos gestores das UBS das cidades visitadas, de modo a otimizar o tempo necessário para o desenvolvimento da avaliação, qualificando os esforços de todos. Ao final, os pesquisadores apresentaram um relatório aos coordenadores do programa, com descrição das atividades realizadas, e com uma reflexão sobre a experiência de participar de um projeto de pesquisa de abrangência nacional, de constituir equipes de campo e sobre o interesse em participar de novas capacitações e pesquisas em saúde. Conclusão: Como aprendizado para a equipe de avaliação, dois aspectos se destacaram, como o uso do planejamento como ferramenta norteadora e flexível, e a articulação institucional como mediador e redutor de problemas. Além disso, foi possível perceber, pelos relatos das equipes de saúde, o reconhecimento da necessidade de avaliações e planejamento periódicos, o que torna evidente a riqueza do programa para o melhor desenvolvimento das ações individuais e coletivas entre equipes, gestores e usuários da atenção básica, uma vez que, o programa induz mudanças nas práticas de saúde, trazendo maior qualidade aos serviços e satisfação aos usuários, como resultado do empenho dos trabalhadores e às ações preconizadas e avaliadas pelo programa.

Instituições
  • 1 Universidade Federal de Goiás
Eixo Temático
  • Referenciais teóricos-metodológicos para a pesquisa em enfermagem e saúde