Diabetes mellitus e neuropatia autonômica cardiovascular: uma revisão sistemática da literatura

Vol1,2018 - 97117
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Resumo

Introdução: A neuropatia autonômica cardiovascular (NAC) é uma das complicações mais importantes do diabetes mellitus (DM), pois sua presença é independentemente associada à morbimortalidade cardiovascular em indivíduos com a doença. A prevalência de NAC aumenta progressivamente em proporção direta com a idade, a duração do DM e o mau controle glicêmico, no entanto ela é subdiagnosticada. Objetivos: Identificar evidências disponíveis na literatura sobre a associação entre DM e NAC. Demonstrar a importância de uma detecção precoce da NAC. Método: Trata-se de uma revisão integrativa de artigos publicados nos últimos 5 anos (do período de 2014 a 2018), em inglês, disponíveis na íntegra nas bases LILACS e PubMed. Foram utilizados os descritores Diabetic Neuropathy, Type 1 Diabetes Mellitus e Autonomic Neuropathy, sendo selecionados e analisados vinte artigos. Resultados: Predominaram os artigos abordando a NAC em indivíduos com diabetes mellitus tipo 1 (DM1). A literatura aponta que o controle glicêmico rigoroso é a única estratégia que pode prevenir ou retardar o desenvolvimento de complicações tardias do DM. Indivíduos com DM e NAC têm maiores chances de desenvolver outras complicações como, hipotensão postural e neuropatia periférica. A taxa de mortalidade é maior entre indivíduos diabéticos com NAC. Somente um artigo falou sobre o papel do sistema imunológico, onde a positividade para auto-Ab circulante nas estruturas nervosas autonômicas teve um alto valor preditivo positivo para o desenvolvimento posterior da neuropatia autonômica diabética. As medidas dos testes de reflexo autonômico cardiovascular (CARTs) em indivíduos com DM e NAC são menores. A redução de parâmetros da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) em indivíduos com DM é um forte preditor da presença de NAC, mesmo em indivíduos com diagnóstico recente. Discussão: O DM1 e diabetes mellitus tipo 2 (DM2) diferem nos aspectos fisiopatológicos centrais, mas ambos compartilham a presença de complicações. Sabe-se que o diabetes com duração acima de cinco anos está mais associado a complicações, tanto micro quanto macrovasculares, especialmente quando ocorre um controle metabólico deficiente, menor adesão ao tratamento ou maior tempo de doença. A hiperglicemia induz a lentidão na condução nervosa e em razão disto é primordial a manutenção do controle glicêmico. A NAC é muitas vezes assintomática por um longo tempo e raramente é incluída na triagem de complicações crônicas do diabetes, porém, alguns sinais de disfunção do sistema nervoso autônomo, medidos pela VFC, já estão presentes no momento da detecção da doença. Isso mostra a importância de se identificar os sinais iniciais de uma suposta complicação que pode se estabelecer. Conclusão: Mesmo com os dados apresentados anteriormente, testes de triagem que visam a detecção precoce de NAC não fazem parte dos exames de rotina solicitados para indivíduos com DM. Isto é considerado um ponto negativo, tendo em vista que com a detecção precoce, intervenções poderiam ser aplicadas o quanto antes com a finalidade de prevenir e/ou retardar o avanço das complicações para estágios mais graves. Desse modo, evidencia-se a necessidade de futuros estudos que analisem o impacto da detecção precoce de NAC e proponham novas estratégias de prevenção das complicações diabéticas, além do controle glicêmico.

Instituições
  • 1 Universidade de Brasília
Eixo Temático
  • Referenciais teóricos-metodológicos para a pesquisa em enfermagem e saúde
Palavras-chave
Neuropatia Diabética
Diabetes mellitus
Neuropatia Autonômica