DESENVOLVENDO O RELACIONAMENTO INTERPESSOAL NO AMBIENTE HOSPITALAR

Vol1,2018 - 97143
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Resumo

INTRODUÇÃO. Entende-se que cuidado humano vai além das coordenadas biológicas, mas também psíquicas, sociais, espirituais. Esta investigação trata de experiências vividas na prática hospitalar em uma disciplina curricular, de um curso de graduação em enfermagem, na qual os alunos vivenciam tanto conteúdos técnicos do cuidado, quanto de abordagem e interação com os pacientes , abrindo um espaço de escuta e acolhimento. OBJETIVO. O objetivo desse estudo é conhecer sentimentos e percepções de pacientes internados diante dos cuidados prestados, por acadêmicos de enfermagem, privilegiando a escuta e as dimensões subjetivas do adoecimento. METODOLOGIA. Tratou-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, realizada em uma unidade hospitalar do Distrito Federal. Foram convidados pacientes internados nesta instituição, mais especificamente, da clínica médica. Após o aceite, os pacientes que passaram a participar do estudo e foram denominados colaboradores, sendo treze (13) o total. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, sob o ofício de nº 2.139.839. A coleta de dados ocorreu auxiliada por entrevistas gravadas, transcritas (na íntegra) e submetidas à análise temática (BARDIN, 2004). RESULTADOS. Os resultados mostraram que os sentimentos e as percepções relacionadas à relação interpessoal não são estáticos, sendo categorizados em dois grandes movimentos: 1- o movimento externo ao paciente, ou seja, do estudante ao encontro do paciente e; 2- o movimento interno do paciente. Na categoria 1: o movimento externo ao paciente, foram observados sentimentos de: satisfação, acolhimento, confiança nos acadêmicos. Percebe-se também que os pacientes se sentiram importantes e respeitados na abordagem realizada. A categoria 2: o movimento interno do paciente, trata da ação ativa do paciente, que diante da intervenção sofrida, faz um movimento de vida para mudança do próprio destino. Os sentimentos evidenciados nesta categoria são de: permissão (no sentido de permitir-se sonhar e desejar algo), liberdade, alívio. Foi relatado, também, que a abordagem possibilitou reviver boas experiência do passado auxiliando-os no enfrentamento dos problemas vividos durante a internação hospitalar. CONSIDERAÇÕES FINAIS. A abordagem proposta na disciplina abriu um espaço de fala que, normalmente, não é comum em ambientes hospitalares onde a preocupação com a manutenção da vida é o foco central. Os relatos apontam para a humanização do cuidado, pois este inclui o respeito à individualidade, a escuta e a aceitação. A pesquisa identificou dois movimentos tanto dos estudantes quanto dos colaboradores. Estes movimentos demonstraram um impacto positivo, na experiência interpessoal dos envolvidos. Neste ponto, os pacientes não foram passivos no sentido de receber uma intervenção, pelo ao contrário, reagiram ao encontro dos alunos e refletiram sobre a própria vida. Esta pesquisa traz um retorno institucional importante ao fazer uma avaliação do impacto de uma disciplina prática obrigatória para a clientela atendida e instituições, tanto hospitalar quanto de ensino. Conclui-se que as relações interpessoais têm grande importância na adesão ao tratamento e humanização do cuidado.

Instituições
  • 1 Universidade de Brasília
Eixo Temático
  • Referenciais teóricos-metodológicos para a pesquisa em enfermagem e saúde
Palavras-chave
Relações Interpessoais
Assistência Integral à Saúde
Educação em Enfermagem
Humanização da Atenção