CARACTERIZAÇÃO DOS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DE RISCO EM PACIENTES CIRÚRGICOS

Vol1,2018 - 97158
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Resumo

Introdução: Com as mudanças no perfil epidemiológico, surge a necessidade do profissional enfermeiro utilizar toda fundamentação necessária proveniente do embasamento científico e metodológico oferecido pela sistematização da assistência de enfermagem. Destaca-se a segunda etapa do processo de enfermagem, denominada diagnóstico de enfermagem, que consiste em um processo de interpretação e agrupamento dos dados, o qual culmina com a tomada de decisão sobre as respostas da pessoa, família ou coletividade (COFEN, 2009). O diagnóstico de risco diz respeito ao julgamento clínico em relação à vulnerabilidade dos pacientes, grupos ou coletividades em resposta à possibilidade de desenvolvimento de uma reposta indesejável ao estado saúde/doença (NANDA-I, 2015). Nesse contexto, o tratamento cirúrgico de retirada de órgãos surge para atender patologias apresentadas pelas populações, sendo considerado um procedimento que expõe o indivíduo a riscos (KIM; LEE, R.; LEE, K. S., 2012). Objetivos: Realizar o levantamento dos diagnósticos de risco de enfermagem dos pacientes que passaram por cirurgia para retirada de órgãos e caracterizar os diagnósticos de vulnerabilidade identificados. Metodologia: Estudo quantitativo, descritivo e transversal realizado no Hospital Universitário de Brasília na Clínica Cirúrgica. Amostra de 60 pacientes no período de setembro a dezembro de 2017. A participação na pesquisa foi condicionada à anuência do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido após aprovação por comitê de ética. Foram incluídos pacientes internados na clínica cirúrgica, maiores de 18 anos, em pós operatório superior a 24 horas por procedimento cirúrgico de retirada órgãos, em condições para responder aos questionamentos. A coleta de dados foi desenvolvida com a seleção dos pacientes por meio do prontuário físico e aplicação do instrumento de coleta o qual permitiu o registro de dados, subsidiando a elaboração dos Diagnósticos de enfermagem de acordo com a NANDA-I (2015). Utilizaram-se escalas que mensuravam importantes parâmetros: Morse, Bristol, Katz, Estado Mental de Folstein, Verbal numérica da dor e Braden. Na análise dos dados utilizou-se o software Excel® 2016. Resultados: Foram levantados 23 diagnósticos de enfermagem de risco (vulnerabilidade). Os diagnósticos com frequências acima de 50% foram: Risco de infecção, Risco de sangramento e Risco de quedas, os demais foram: Risco de aspiração, Risco de sentimento de impotência, Risco de glicemia instável, Risco de resposta alérgica e Risco de úlcera por pressão, Risco de solidão, Risco de suicídio, Risco de constipação, Risco de choque, Risco de dignidade humana comprometida, Risco de baixa autoestima situacional, Risco de débito cardíaco diminuído, Risco de desequilíbrio eletrolítico, Risco de desequilíbrio na temperatura corporal, Risco de função hepática prejudicada, Risco de síndrome do idoso frágil, Risco de sobrepeso, Risco de sofrimento espiritual, Risco de tensão do papel de cuidador e Risco de volume de líquidos deficiente. Nos diagnósticos de enfermagem de risco com maior prevalência foi possível identificar mais de um fator de risco entre os diversos previstos na NANDA-I (2015). Discussão: O domínio Segurança/Proteção concentrou a maior parte dos diagnósticos de risco. Os diagnósticos que pertencem a esse domínio atendem à definição de “estar livre de perigo, lesão física ou dano ao sistema imunológico; conservação contra perdas e proteção da segurança e da ausência de perigos”. Destaca-se a importância do processo de enfermagem e o uso de linguagens padronizadas, com o julgamento clínico e boas práticas de saúde, para observar e constatar a presença de sinais indicativos, através da coleta do histórico de saúde, exame físico, levantamento dos diagnósticos e planejamento das intervenções com avaliação das ações realizadas (PIVOTO et al., 2010). Identifica-se a importância de levantá-los para facilitar a estipulação de metas, melhora das condutas e percepção do impacto da assistência prestada, prevenindo a ocorrência de danos reais e estabelecendo importantes indicadores em saúde. Considerações finais: O estudo possibilitou o levantamento dos diagnósticos de enfermagem de risco. Foram levantados diagnósticos de vulnerabilidade de alta relevância para o estabelecimento de prioridades ao paciente cirúrgico. Destaca-se a importância da implementação da sistematização da assistência de enfermagem. Chama atenção a importância do uso das escalas de avaliação por conferirem confiabilidade nas avaliações. O fato da maior parte das admissões ser realizada sob agendamento permite ao enfermeiro se preparar para a acolhida do paciente à Clínica Cirúrgica e dessa forma desenvolver o levantamento detalhado, crítico e atento aos diagnósticos de enfermagem, dando enfoque aos de risco, por ainda não representarem problemas reais. A temática levantada leva a necessidade da realização de outros estudos, que contribuam para melhor caracterização do perfil dos pacientes cirúrgicos. Espera-se que esse estudo seja capaz de subsidiar informações para melhora da assistência ao paciente.

Instituições
  • 1 Universidade de Brasília
Eixo Temático
  • Referenciais teóricos-metodológicos para a pesquisa em enfermagem e saúde