Aspectos da prática sexual e contraceptiva de emergência entre estudantes de enfermagem

Vol1,2018 - 97129
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Resumo

Introdução: A anticoncepção hormonal de emergência (AHE), também conhecida como “pílula do dia seguinte”, são pílulas compostas por hormônios como o estrogênio e progestogênio ou unicamente por progestogênio (Levonorgestrel). Dentre as indicações para o uso do método estão: violência sexual; relação sexual desprotegida; rompimento de preservativos; uso incorreto da “tabelinha” e esquecimento de anticoncepcional oral ou injetável. O método é dispensável quando uso regular de anticoncepcional de rotina e métodos de barreira durante o ato sexual. A efetividade do medicamento é de 75%, ou seja, para cada quatro relações sexuais desprotegidas, o método é eficiente para prevenir três gestações que seriam indesejáveis. Estudos têm sido realizados para identificar o conhecimento e a prática de uso dos AHE entre jovens. Do mesmo modo, este estudo teve como objetivo conhecer aspectos da prática sexual e o conhecimento de estudantes de enfermagem acerca do AHE. Método: Trata-se de um estudo quantitativo do tipo transversal, realizado entre março e abril em uma instituição de ensino superior do Distrito Federal. Para determinar o roteiro adequado para coleta de dados foi realizada uma revisão de literatura para identificar roteiros de coleta de dados avaliados por comitê de especialistas e previamente testados. Foram identificados três roteiros utilizados no Brasil. Após contatar os pesquisadores dos referidos estudos, as autoras analisaram os roteiros e selecionaram questões que atendessem o objetivo deste trabalho. Foi utilizado questões dos instrumentos cedidos e os mesmos foram adaptados e testados através de um estudo piloto. O roteiro conteve 40 questões de múltipla escolha para caracterizar a participante e para avaliar atitude e conhecimento da participante em relação ao AHE. Para análise dos dados usou-se o software estatístico IBM® SPSS Statistics® 21.0. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa CAEE: 80716117.4.0000.5056. Resultados: Foram entrevistadas 264 graduandas de enfermagem, as participantes tinham média de idade de 23,18 anos (D.P=5,47). Da amostra total 83,7% haviam iniciado a vida sexual. Foi observado que 50,7% não planejaram a coitarca. Observou-se uso de método contraceptivo na primeira relação sexual em 93,9% e nas últimas relações sexuais 87%. O uso do AHE na coitarca foi de 8,6%, e 7,1% nos últimos 12 meses. Das 221 estudantes que vivenciaram a coitarca 73,3% relataram já ter utilizado o AHE e 48,0% mencionaram utilização após relação sexual desprotegida. Apenas 2,4% tiveram orientação por enfermeiros. Quanto ao prazo máximo para o uso do AHE 40,5% afirmaram utilização em até 72 horas. Quanto as indicações para o uso do AHE, 71,3% indicaram para falha de outros métodos, 61,1% para casos de estupro e 60,3% indicaram para casos de relação sexual desprotegida. Discussão: Na amostra estudada foi observado o uso do AHE principalmente devido a relações sexuais desprotegidas. A maioria soube responder sobre as reais indicações do AHE. A escassez de informação sobre o método pode induzir a população feminina ao consumo errôneo e corriqueiro do AHE. Sabe-se que com o uso indiscriminado sua eficácia sofre um declínio, ademais com o consumo exacerbado poderá acometer a saúde da mulher. As participantes da pesquisa possuem conhecimento acerca do medicamento e foi constatado uma frequência relevante quanto ao uso do AHE, além disso, foi demonstrado a prevalência do preservativo masculino. Conclusão: Os dados apresentados auxiliam na construção de intervenções de saúde voltadas para uso seguro da AHE. O uso de questões, de roteiros já utilizados em pesquisas anteriores, auxiliou na obtenção de dados significativos para a discussão da temática exposta, uma vez que o refinamento de roteiros de entrevistas inibe falhas na etapa de coleta de dados.

Instituições
  • 1 Centro Universitário Euro Americano (UNIEURO)
Eixo Temático
  • Referenciais teóricos-metodológicos para a pesquisa em enfermagem e saúde