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Estudos norte-americanos apontam que o desenvolvimento da identidade sexual de lésbicas, gays e bissexuais (LGB) acontece em sua maioria na puberdade e pode se estender até as idades adultas, sendo geralmente diferentes para homens e mulheres. No Brasil, apesar da ausência de estudos que estimam esses marcadores, pesquisas qualitativas apontam para o mesmo diferencial, explicado pelas imposições de gênero ao decorrer do curso de vida de LGB. No intuito de aprofundar a compreensão do processo de desenvolvimento das identidades sexuais para LGB no contexto brasileiro, o presente estudo se propõe a estimar os marcadores de desenvolvimento da identidade sexual para minorias sexuais em Minas Gerais (Brasil), bem como discutir os aspectos que impactam esse processo. Para operacionalizar este estudo, foi utilizada a base de dados da "Pesquisa Manas" (PMa), um estudo de método misto com a população LGB em Minas Gerais – Brasil. A amostra da PMa é composta por 754 lésbicas, gays e bissexuais maiores de 18 anos e moradores de 68 cidades diferentes no estado de Minas Gerais que responderam a um questionário online. Desses, 33 também participaram de entrevistas semi-estruturadas. Assim como nos estudos norte-americanos, nossos resultados apontam diferenciais de gênero nesse processo. Usualmente, os homens se reconhecem diferentes e comunicam a sexualidade mais cedo do que as mulheres. No entanto, o tempo entre se reconhecer diferente e dizer a alguém que é LGB é menor para as mulheres do que para os homens. Nos resultados das entrevistas, podemos perceber que, apesar do desenvolvimento da identidade sexual acontecer em média na mesma época para a maioria dos LGB, aspectos contextuais como local de moradia, religião da família e acesso a referências podem adiar esse processo. Além disso, o diferencial de gênero mostra-se presente desde a percepção como diferente dos pares até a comunicação. Para os homens, o comportamento fora da norma já indica uma pretensa homossexualidade e deixa essa informação “subentendida”. Para as mulheres, a não discussão da sexualidade faz com que o reconhecimento do desejo por mulheres ocorra de forma mais tardia, momento em que se tem mais consciência e formas de comunicar a sexualidade. As referências próximas, distantes e os pares também são fundamentais no processo de reconhecimento da sexualidade. No entanto, as desigualdades no acesso aos meios de informação e comunicação podem gerar um descompasso no contato com referências.
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