Anales del Congreso ALAP
Anales del X Congreso ALAP

Apesar da queda generalizada dos níveis de fecundidade, a heterogeneidade do comportamento reprodutivo ainda é uma característica marcante entre os países latino-americanos. A transição foi diferenciada tanto no timing quanto no ritmo. Nesse sentido, é esperado que o movimento entre os países provoque algum impacto na fecundidade das migrantes. Na literatura, são apresentadas quatros hipóteses para explicar o efeito da migração sobre a fecundidade: (i) socialização/geracional, que assume que o tempo de assimilação ao comportamento reprodutivo das nativas é de, pelo menos, uma geração; (ii) adaptação, que sugere que a adoção, pelas migrantes, ao comportamento das nativas, ocorre gradualmente, sem precisar que ao menos uma a geração tenha decorrido; (iii) ruptura, que pressupõe que a migração afeta temporariamente a fecundidade das imigrantes; (iv) seletividade, baseada na tendência de que as migrantes são selecionadas na origem, por nível (menor) de fecundidade.
O objetivo principal desse trabalho é testar as hipóteses – socialização, ruptura e adaptação – utilizadas para explicar o efeito da migração na fecundidade, considerando as migrantes latino-americanas residentes no Brasil em 2010. Como objetivo específico, pretende-se comparar níveis de fecundidade das migrantes e nativas, controlando-se por características socioeconômicas.
Utilizaremos os microdados do Censo Demográfico de 2010, disponibilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A unidade de análise são as mulheres (nativas e migrantes latino-americanas) entre 15 e 49 anos de idade, residentes no Brasil na data do Censo 2010. O método proposto é a regressão linear múltipla, a partir da qual será possível analisar as hipóteses de interesse, controlando-se por algumas características ou variáveis socioeconômicas (variáveis independentes ou de controle).