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RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS EM ENTEROBACTÉRIAS ISOLADAS DE ÁGUAS PARA CONSUMO HUMANO

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A presença de microrganismos resistentes a antimicrobianos em ambientes como águas residuais, corpos d’água para consumo humano e solo tem aumentado nos últimos anos, possivelmente devido ao uso indiscriminado de antimicrobianos na produção animal e a ineficácia de eliminação destes compostos pelos métodos de tratamento de águas residuais. O objetivo deste trabalho foi isolar e identificar Enterobactérias resistentes a antimicrobianos isoladas de águas para consumo humano na região Centro-Oeste do Estado de São Paulo. Sessenta e sete amostras de águas provenientes de 29 municípios da região Centro-Oeste do Estado de São Paulo foram encaminhadas e analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz de Marília, apresentando positividade para coliformes totais e/ou E.coli pela técnica de substrato cromogênico e fluorogênico. Posteriormente, as amostras com crescimento bacteriano foram repicadas em Agar MacConkey para isolamento e identificadas por técnicas clássicas de microbiologia. Para a detecção de resistência aos antimicrobianos foi empregada a técnica de disco-difusão. A droga que apresentou o maior número de isolados resistentes foi a cefoxitina (n=35; 52,2%), seguido pela cefalotina (n=32; 47,8%), ampicilina-sulbactam (n=10; 14,9%), aztreonam (n=6; 9%), ticarcilina-clavulanato (n=5; 7,5%), amoxacilina-acido clavulânico (n=4; 6%), ácido nalidíxico (n=3; 4,5%), norfloxacina (n=2; 3%), cefpodoxima (n=1; 1,5%) e cefotaxima (n=; 1,5%; 1). A cefalotina apresentou o maior número de isolados com resistência intermediária (n=9; 13,4%), seguido por cefpodoxima (n=5; 7,5%), ácido nalidíxico (n=4; 6%), gentamicina (n=3; 4,5%), imipenem (n=2; 3%). Amicacina, aztreonam, ertapenem, cefepime, norfloxacina e tobramicina apresentaram um isolado com resistência intermediária respectivamente (1,5%). Todos os isolados foram suscetíveis à ceftazidima e meropenem. Vinte e cinco isolados (37,3%) foram sensíveis a todos os antimicrobianos testados, 11 (16,4%) apresentaram resistência a um antimicrobiano, 15 (22,4%) a dois antimicrobianos, 12 (17,9%) a três antimicrobianos, um (1,4%) a quatro e sete antimicrobianos respectivamente e dois (3%) a cinco antimicrobianos. Estes dados alertam para a presença de patógenos resistentes e multirresistentes a antimicrobianos em águas para consumo humano na região Centro-Oeste do Estado de São Paulo, o que caracteriza um problema de saúde pública.