No ambiente hospitalar, as infecções sanguíneas, são uma das principais causas de morbimortalidade. As hemoculturas são muito importantes para o diagnóstico da sepse, uma vez que, um resultado positivo pode sugerir um diagnóstico definitivo. Diante da importância desse exame, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a frequência e o perfil de sensibilidade de micro-organismos isolados de hemoculturas, realizadas no hospital Universitário Regional de Maringá. Foram analisados, retrospectivamente, os resultados das hemoculturas de pacientes no período de janeiro de 2011 a abril de 2016. As hemoculturas foram realizadas pelo método automatizado (BD-BACTEC®) e a identificação e o perfil de sensibilidade dos isolados clínicos foram realizados no Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Universitário de Maringá (LAC-HUM), pelo método automatizado (BD-Phoenix®), segundo o Clinical and Laboratory Standards Institute. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos/UEM (nº 1.578.500). Foram realizadas 11.028 hemoculturas nesse período, destas, 1.492 foram positivas. As hemoculturas positivas para duas ou mais amostras para o mesmo micro-organismo, somaram 863 amostras (57,8 %), nas quais foram observados principalmente a ocorrência de 178 (20,6 %) amostras positivas para Staphylococcus aureus, 119 (13,7 %) para Staphylococcus epidermidis, 72 (8,3 %) para Escherichia coli, 68 (7,9 %) para Klebsiella pneumoniae, 54 (6,3 %) para Pseudomonas aeruginosa e 42 (4,9 %) Enterococcus faecalis. Quanto ao perfil de sensibilidade dos Gram positivos, 42,1 % dos isolados de S. aureus foram resistentes à oxacilina (MRSA), 100 % de Staphylococcus epidermidis sensíveis à Daptomicina. Quanto aos Gram negativos, os isolados de E. coli apresentaram altas taxas de sensibilidade aos antimicrobianos testados, já para K. pneumoniae 60,6 % foram produtoras de ESBL (ß-lactamase de espectro estendido) e nenhum destes isolados apresentou resistência aos carbapenêmicos; 100 % dos isolados de Pseudomonas aeruginosa foram sensíveis à Polimixina B. Os agentes mais frequentemente isolados apresentaram grande variação na taxa de sensibilidade aos antimicrobianos. O conhecimento da etiologia e do perfil de sensibilidade é importante para melhor direcionar a antibioticoterapia diminuindo o uso inapropriado de antimicrobianos.