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CARBONO DA BIOMASSA MICROBIANA E O GRAU DE DISPERSÃO EM SOLOS DE GRANULOMETRIA DISTINTA

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O estudo dos diferentes tipos de manejo e a forma com que estes afetam o solo pode ser feito através de atributos químicos, físicos e biológicos. Nesse sentido os atributos microbiológicos são muito utilizados para avaliações do ecossistema e podem afetar atributos físicos relacionados à qualidade estrutural, como o grau de dispersão de argila. O presente estudo teve por objetivo quantificar a biomassa microbiana e o grau de dispersão de argila de solos de granulometria distinta. Amostras foram coletadas em três áreas sob sistema plantio direto (PD1, PD2 e PD3) e uma área de preservação permanente (MT) com teores médios de argila de 133, 395, 528 e 484 g kg-1, respectivamente, no município de Tamarana, PR. O carbono da biomassa microbiana (CBM) foi determinado pelo método da fumigação-extração. O grau de dispersão foi calculado pela divisão entre o teor de argila dispersa em água (após 1 hora de agitação) e o teor total de argila após adição de NaOH com agitação posterior durante 16 horas. As áreas foram amostradas em 6 pontos e comparadas por ANAVA (p < 0,05) como um delineamento inteiramente casualizado e posteriormente o teste de Tukey (p < 0,05) foi aplicado. As variáveis foram correlacionadas, em cada área, pelo método de Pearson. Os valores de CBM e de GD encontrados foram: 102,82B;177,23B; 184,32B e 319,28A mg kg-1 e 124,22AB; 164,28A; 73,05B e 155,40A g kg-1 para PD1, PD2, PD3 e MT, respectivamente. Os valores de correlação entre o CBM e o GD para essas mesmas áreas foram: -0,8019ns;
-0,8318*; 0,3999ns e -0,0279ns. O teor de argila não mostrou correlação direta com as variáveis avaliadas. Sendo assim, o monocultivo associado a períodos de ausência de raízes vivas na entressafra é a provável causa da diferença no CBM. O CBM foi capaz de explicar o GD apenas no PD2, indicando que o estímulo aos microrganismos ocasiona redução da dispersão de argila e, consequentemente, do potencial de degradação física desse solo. É possível concluir que o uso agrícola, mesmo sob PD não é capaz de elevar o CBM à níveis comparáveis com os de áreas preservadas e que o estímulo à microbiota pode favorecer a floculação das partículas do solo.