A coqueluche é uma doença respiratória, causada pela Bordetella pertussis. Dentre as metodologias utilizadas no Brasil para o diagnóstico laboratorial da coqueluche, estão a cultura (padrão ouro) e a reação em cadeia da polimerase em tempo real (PCR-TR).Como a imunidade conferida pela vacina é perdida ao longo dos anos, diversos estudos relatam um aumento crescente de casos de coqueluche em adolescentes e adultos. O objetivo deste trabalho foi analisar as características epidemiológicas dos casos laboratorialmente confirmados de coqueluche provenientes de municípios localizados na região centro-oeste do Estado de São Paulo. Foram analisadas 597 amostras de swabs de nasofaringe entre 2010 e 2014 pelas técnicas de cultura e PCR-TR e 25 cepas de B. pertussis pela técnica de Eletroforese em Campo Pulsado (PFGE). Um total de 117 amostras foram positivas para coqueluche, com maior positividade entre as crianças de dois a cinco meses de idade. A distribuição dos casos de coqueluche nos anos estudados apresentou um percentual de casos positivos entre 19 e 20% nos anos do estudo. Um maior número de casos foi descrito nos meses de janeiro e maio. Cinco pulsotipos foram detectados por PFGE Houve um predomínio do pulsotipo BP.Xba.0039 com 12 isolados (48%) seguido dos pulsotipos BP.Xba.0028 com oito isolados (32%); pulsotipo BP.Xba.0040 com três (12%) e dois (4%) foram caracterizados como BP.Xba.0027 e BP.Xba.0026. Em 2012, o pulsotipo mais isolado foi o BP.Xba.0028 (n=6), seguido pelos pulsotipos BP.Xba.0039 (n=1) e BP.Xba.0027 (n=1). No ano de 2013, o foram detectados os pulsotipos BP.Xba.0039 (n=5), BP.Xba.0028 (n=2), BP.Xba.0026 (n=1) e BP.Xba.0040 (n=1). Em 2014, foram isolados com maior frequência os pulsotipos BP.Xba.0039 (n=6) e BP.Xba.0040 (n=2). Não foi possível detectar um aumento no número de casos de coqueluche que possa caracterizar uma reemergência, sendo importante o contínuo monitoramento desta infecção para futuras estratégias de controle.