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APLICAÇÃO DE DEJETO LÍQUIDO DE SUÍNO SOBRE PARÂMEROS MICROBIOLÓGICOS DO SOLO.

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O Paraná é um dos maiores abatedores de suínos do país, gerando grande volume de dejetos com potencial poluidor. Uma das principais alternativas de destinação desses resíduos, dentre os quais se destaca o dejeto líquido de suíno (DLS), é a utilização em solos agrícolas. Entretanto, apesar dos benefícios que esta prática pode proporcionar, como adição de carbono orgânico e nutrientes minerais ao solo, as quantidades a serem aplicadas devem considerar os possíveis impactos sobre a biologia do solo. O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos de doses de dejeto líquido de suíno sobre parâmetros microbiológicos de um Latossolo Vermelho eutroférrico. O experimento foi realizado em condições de campo na Universidade Estadual de Londrina (23o 23’ S; 51o 11’ W; 560 m altitude), utilizando-se um delineamento de blocos casualizados com quatro doses de DLS (0,0; 33,0; 66,0 e 99,0 m3 ha-1) e quatro repetições. O resíduo foi aplicado superficialmente no solo após a colheita do milho de primeira safra, em sistema de plantio direto. Após 40 dias da aplicação, o solo foi amostrado nas camadas de 0 a 5 cm e 5 a 10 cm. Avaliou-se o carbono da biomassa microbiana (CBM, mg kg-1), pelo método da fumigação-extração; o carbono orgânico total (COT, g dm-3), pelo método de Walkley-Black e o quociente microbiano (qMic, %), expresso pela relação entre o CBM e o COT. Os dados foram submetidos à análise de variância (P<0,05) e regressão polinomial. Não houve efeito da aplicação de DLS sobre o COT, em ambas as profundidades. Obtiveram-se para esta variável, respectivamente nas camadas do solo de 0 a 5 e 5 a 10 cm, médias gerais de 16,51 e 15,56 g dm-3. Por outro lado, as doses de DLS elevaram de forma quadrática o CBM (y = -0,0226x2 + 2,8356x + 270,07; R2 = 0,99) e o qMic (y = -0,0002x2 + 0,0204x + 1,6097; R2 = 0,97) na camada de 0 a 5 cm, não ocorrendo alteração nesses parâmetros entre 5 e 10 cm. As doses que proporcionaram os valores máximos para CBM e qMic foram estimadas em 62,73 e 51 m3 ha-1, respectivamente. Pode-se concluir que a aplicação de DLS até estas doses favorece a multiplicação de micro-organismos na camada superficial do solo, mesmo após um período relativamente curto. O mesmo efeito, contudo, não pôde ser observado para a fração mais estável do carbono no solo, por exigir um período mais longo para ocorrência de modificações significativas.