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Resumo

A Vigilância de populações expostas a contaminantes químicos busca adotar medidas de promoção e prevenção contra doenças e agravos e atenção integral à saúde dessas populações, contudo, na prática, essa vigilância encontra-se negligenciada e as políticas públicas de resposta são comumente postergadas.

Objetivos

Descrever o perfil epidemiológico da vigilância de intoxicação exógena entre os anos de 2017 a 2021.

Metodologia

Estudo observacional, descritivo e transversal sobre a vigilância de intoxicação exógena na VIII Região de Saúde de Pernambuco de 2015 a 2021. Define-se caso suspeito todo indivíduo exposto a substâncias químicas como: agrotóxicos, medicamentos, produtos de uso doméstico, cosméticos e higiene pessoal, produtos químicos de uso industrial, drogas, plantas e alimentos e bebidas que apresentou sinais e sintomas clínicos de intoxicação e/ou alterações laboratoriais possivelmente compatíveis. Os dados foram de fonte secundária, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), assegurado o sigilo pessoal conforme as exigências éticas de pesquisas com seres humanos.

Resultados

No período de 2017 a 2021, foram notificados 4.253 casos de intoxicação exógena. Em 2020, ocorreu uma redução de 19,9%, mas em 2021 houve um aumento de 72,5% de registros e nesse ano a circunstância de exposição abuso (626) e tentativa de suicídio (443) juntos representaram 78,4% dos casos. O sexo feminino correspondeu a 53,1%, a raça/cor parda foi atribuída a 78,2%, a faixa etária de 20-29 anos predominou (25,7%). A residência foi o local de ocorrência de 67,8%. As ocupações estudantes, trabalhadores agropecuários, desempregados, trabalhadores volante da agricultura e donas de casa foram as mais frequentes e notou-se que em 46,6% o agente tóxico era medicamento. A letalidade foi de 0,84%.

Conclusões/Considerações

Observou-se que, as tentativas de suicídios e abuso, na série histórica avaliada, despontaram como circunstâncias principais e crescente no último ano. Os dados chamam a atenção para a necessidade de intervenção a partir de políticas públicas de cuidados à saúde mental da população que vivência uma crise econômica, sanitária e social sem precedentes.

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