UMA CLASSIFICAÇÃO INOVADORA SOBRE INTERVENÇÕES NO PARTO: PERFIL DOS NASCIDOS VIVOS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Vol 2, 2022 - 163731
Relato de Pesquisa
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Resumo

Cesáreas e indução ao parto são intervenções globalmente monitoradas como indicadores de saúde materno-infantil. Podem ser bem utilizadas, menos que a necessidade ou em excesso, podendo aumentar a morbimortalidade materno-infantil. A organização e financiamento da assistência influenciam nessas intervenções. A análise das informações sobre nascidos vivos pode subsidiar políticas públicas.

Objetivos

Descrever os tipos de parto ocorridos no município de São Paulo (MSP) de 2012 a 2019: vaginal espontâneo, vaginal induzido, cesárea anteparto sem indução, cesárea anteparto com indução, cesárea intraparto sem indução, cesárea intraparto com indução

Metodologia

Estudo descritivo, transversal, a partir do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) do MSP. A base de dados com 1.442.326 nascidos vivos com idade gestacional com 34 semanas e mais. Este estudo é parte da pesquisa “Como tornar as intervenções no parto e seus desfechos mais visíveis aos sistemas de informação?” (financiamento CNPq/ Fundação Bill e Melinda Gates), aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de Saúde/MSP sob número 4.829.571. A partir das variáveis tipo de parto, indução e “cesárea ocorreu antes do trabalho de parto” foram criadas e calculados indicadores de proporção dos 6 tipos de parto em relação ao total de hospitais públicos e privados.

Resultados

Dos nascidos vivos de partos hospitalares no MSP a maior proporção foi nos públicos (55,1%) e de cesáreas (55,8%). Nos hospitais privados, a maior proporção foi de cesáreas (84%) e nos públicos a maioria vaginal (67%). Os públicos apresentaram proporção 357% maior de vaginais espontâneos em relação aos privados (38,9% X 8,5%) e 76% menos cesáreas sem indução (15,4% X 63,6%). Os públicos realizaram maior proporção de partos induzidos: 253% mais vaginais induzidos em relação aos privados (27,9% X 7,9%); cesáreas anteparto com indução (2,3% X 1,5%); cesárea intraparto com indução (6,4% X 3,5%). Verificou-se maior proporção de cesáreas intraparto sem indução nos hospitais privados (15% X 3,5%).

Conclusões/Considerações

Nos hospitais privados, a taxa de cesáreas (84%) sugere uso excessivo, em especial cesáreas anteparto sem indução (63,6%), acima das maiores taxas do mundo. Os extremos “muito pouco, muito tarde” e “muito, muito cedo” ocorrem no MSP, como induções em excesso. O monitoramento dos 6 tipos de parto por formuladores de políticas e gestores avalia tendências e desfechos materno-infantis e pode subsidiar a melhoria dos serviços prestados às gestantes.

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