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As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são as principais causas de morte em todo o mundo. Para redução da carga das DCNT, é preciso que os sistemas de saúde organizem intervenções resolutivas, integradas e baseada em cuidados continuados. Nesse sentido, a Atenção Primária à Saúde (APS) é fundamental no seu manejo, incluindo ações de promoção da saúde, prevenção de agravos e tratamento.
Objetivos
Avaliar as diferenças na qualidade do cuidado ofertado na Atenção Primária à Saúde para acompanhamento da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus (DM) e Obesidade, em 2018, no Brasil.
Metodologia
Estudo transversal com dados públicos da avaliação externa do ciclo III do PMAQ-AB. Para avaliação da qualidade da APS foram considerados os blocos com questões sobre à atenção à pessoa com HAS, DM e obesidade. A partir delas foram construídos indicadores sintéticos de qualidade, categorizando como adequado quando todas as questões foram respondidas afirmativamente e inadequado quando a resposta foi negativa para pelo menos uma questão. As diferenças na qualidade foram avaliadas considerando região do país e porte populacional. Realizou-se análise descritiva e regressão logística bivariada. As análises foram conduzidas no Stata versão 15.
Resultados
Foram analisadas 37.350 equipes da APS. A adequação das ações de cuidado à atenção à HAS, obesidade e DM foi de 45,6%, 43,7% e 20,1%, respectivamente. A qualidade da atenção ao paciente com HAS foi maior na região Nordeste (49,7%) e em municípios com população maior do que 100 mil habitantes (49,6%). Resultados semelhantes foram observados para qualidade da atenção ao paciente com obesidade. A qualidade da atenção ao DM, foi maior em equipes localizadas na região Nordeste (24,8%) e nos municípios com população de 50 a 100 mil habitantes (21,7%). Análise bivariada apontou maiores chances de qualidade adequada de atenção à HAS, DM e obesidade na Região Nordeste e em municípios de maior porte.
Conclusões/Considerações
Apesar dos avanços na ampliação do acesso aos serviços de APS, a qualidade do cuidado aos usuários com HAS, DM e obesidade ainda representa um desafio para a garantia de uma assistência oportuna e resolutiva nesse nível de atenção do Sistema Único de Saúde. Esses dados devem subsidiar políticas para melhorar a qualidade no cuidado a essas doenças, considerando o alto custo do seu tratamento em serviços de média e alta complexidade.
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