O “PARADOXO DA ATIVIDADE FÍSICA” EM FATORES DE RISCO CARDIOMETABÓLICOS: COORTE DE NASCIMENTO DE PELOTAS DE 1982

Vol 2, 2022 - 162496
Relato de Pesquisa
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Resumo

É bem documentado o benefício da atividade física para melhorar a saúde cardiovascular e reduzir mortalidade. Porém, estudos recentes sugerem que os benefícios da atividade física dependem do domínio avaliado (atividade física ocupacional, lazer, etc.). Enquanto a atividade física de lazer é associada positivamente com a saúde cardiovascular, a atividade física ocupacional parece aumentar o risco.

Objetivos

Investigar a associação prospectiva de atividade física no lazer e atividade física ocupacional com fatores de risco cardiometabólicos entre os participantes da Coorte de Nascimentos de Pelotas (Brasil) 1982, acompanhados aos 23 e 30 anos.

Metodologia

Estudo de coorte, que avaliou todos os 7.392 nascidos vivos de mães residentes na área urbana da cidade de Pelotas em 1982. As exposições foram atividade física de lazer e ocupacional, mensuradas através do Questionário Internacional de Atividade Física versão longa, aos 23 anos. Atividade física de lazer e ocupacional foram classificadas como: abaixo das recomendações (1-149 min/sem) e acima das recomendações (>150 min/sem). Desfechos: fatores de risco cardiometabólicos, definidos como índice de massa corporal e circunferência da cintura. Utilizamos uma regressão linear múltipla baseada em três modelos com diferentes estratégias de ajuste.

Resultados

Nas análises multivariadas, atividade física ocupacional e de lazer não explicaram modificações no índice de massa corporal em nenhum modelo (p>0,05). Para composição corporal baseada na circunferência, cumprir recomendações de atividade física com atividade física ocupacional (≥ 150 min/sem) reduz o risco cardiovascular no modelo bruto (β= -2.72; IC 95% -3.63; -1.80, p=0,01), mas não no modelo ajustado. Para atividade física de lazer, cumprir as recomendações nesse domínio promove uma redução na circunferência da cintura no modelo bruto (β= -2.95; IC 95% -3.86; -2,04, p=0,01), mas não nos modelos ajustado para sexo, renda, e atividade física.

Conclusões/Considerações

Embora evidências anteriores reportem que a atividade física está associada com um maior risco cardiovascular, nosso estudo não identificou tais associações. Porém, destacamos que nos limitamos a investigação de apenas dois fatores de risco cardiometabólicos e pontos de corte restritos para atividade física. Endossamos a necessidade de mais estudos avaliando diferentes domínios da atividade física, sobre diferentes fatores de risco cardiometabólicos.

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