INCIDÊNCIA E MORTALIDADE DA INJÚRIA RENAL AGUDA EM PACIENTES DE UTI’S DE RIO BRANCO, ACRE: UM ESTUDO DE COORTE PROSPECTIVO

Vol 2, 2022 - 161866
Relato de Pesquisa
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Resumo

Estudos epidemiológicos da incidência e mortalidade da injúria renal aguda (IRA) em pacientes críticos nos países em desenvolvimento são escassos e mais raros são estudos prospectivos na Amazônia brasileira.

Objetivos

Estimar a incidência de IRA e sua mortalidade em pacientes clínicos e cirúrgicos internados em UTI’s de Rio Branco, Acre.

Metodologia

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo com pacientes de todas as UTI’s da cidade de Rio Branco, que atendem a cerca de 75% da população do estado do Acre, com coleta de dados durante 18 meses. Todos os pacientes admitidos foram acompanhados por até 7 dias, alta ou óbito. Pacientes com menos de 18 anos, doença renal crônica dialítica, transplante renal, internação na UTI < 48 horas e aqueles internados com IRA prévia foram excluídos. A IRA foi diagnosticada pelo KDIGO e a mortalidade foi avaliada durante a internação na UTI, 30 e 180 dias após a alta da UTI.

Resultados

Dos 1.494 pacientes admitidos, 881 preencheram os critérios de seleção. 19.8% dos pacientes foram admitidos na UTI hemodinamicamente instáveis e 16% apresentavam insuficiência respiratória e em apenas 1,7% as causas foram doenças tropicais. A incidência de injúria renal aguda foi de 66,3%, sendo maior em pacientes com causas clínicas de admissão (73,2% vs 58,8% dos com causas cirúrgicas). A mortalidade na UTI foi maior em pacientes com IRA (40,8% vs 15,2% não IRA) e dentre aqueles com IRA, a mortalidade na UTI e aos 30 dias após alta foi maior em pacientes clínicos que em cirúrgicos (47,3% vs 31,7% e 12,1% vs 9,8%, respectivamente) e semelhante aos 180 dias (5,5% vs 5%).

Conclusões/Considerações

A IRA apresentou alta incidência e mortalidade em pacientes de UTI nessa região, principalmente nos pacientes internados com causas clínicas. As hospitalizações por doenças tropicais foram raras. Os resultados podem representar as condições socioeconômicas e baixo acesso aos cuidados de saúde nessa região.

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