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Situações de violência obstétrica ainda são presentes nos serviços de saúde. Através das relações entre equipe de saúde e usuária se identifica sistemas discriminatórios com desigualdades de gênero, raça, etnia e classe. As desigualdades entre municípios (infraestrutura, recursos, acesso, etc) também são relevantes. A justaposição desses marcadores circunscreve piores desfechos de saúde materna.
Objetivos
Compreender experiências de mulheres de áreas urbana e rural usuárias de serviços públicos de saúde sobre os direitos e a violência na assistência materna e suas estratégias de enfrentamento.
Metodologia
Estudo qualitativo exploratório desenvolvido em unidades de saúde de dois municípios do Maranhão, Brasil, em áreas essencialmente rurais e quilombolas (município A) e em áreas urbanas (município B). A amostra, intencional, incluiu gestantes, puérperas e mulheres com experiência de atenção ao pré-natal, parto e puerpério no Sistema Único de Saúde (SUS), com diferentes características. O tamanho amostral foi definido por saturação. Foi empregada a técnica do tipo Grupo Focal (GF). Foram realizados oito GF, incluindo 56 mulheres.Os dados foram analisados a partir da análise de conteúdo na modalidade temática.
Resultados
As mulheres do município A relataram barreiras de acesso aos serviços, e algumas preferiam o parto domiciliar. As mulheres do município B pareciam ter mais acesso. Para as duas cidades foram relatadas situações de violência durante a assistência materna: abuso verbal, problemas na relação entre mulheres e profissionais de saúde, falha em atender aos padrões de assistência, e condições e restrições do sistema de saúde. Foram identificados dois eixos temáticos que desvelam como as mulheres descreveram as experiências e como reagiram: “Direitos negligenciados: desrespeito e abusos na assistência obstétrica” e “(Re)ações das mulheres: os recursos de enfrentamento e reivindicação de direitos”.
Conclusões/Considerações
Os processos de trabalho na atenção à saúde durante a gestação e parto foram marcados por experiências de desrespeito e maus tratos. Diferenças de gênero, classe e raça entre profissionais de saúde e usuárias amplificam ainda mais esse problema. Para produzir mudanças deste cenário é imprescindível a aposta em processos emancipatórios e produtores de justiças e reparações sociais.
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