ESTUDO DE PREVALÊNCIA E SOROCONVERSÃO ARBOVIROSES APÓS A EMERGÊNCIA DE ZIKA EM UMA AMOSTRA DA COORTE DE ADOLESCENTES DO ERICA

Vol 2, 2022 - 161413
Relato de Pesquisa
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Resumo

A recente emergência dos vírus Zika (ZIKV) e chikungunya (CHIKV) em contextos de alta endemicidade para os quatro sorotipos do vírus dengue (DENV) impôs grandes desafios para os serviços de vigilância no Brasil, em especial devido à sobreposição de sintomas associada a limitada retaguarda laboratorial, configurando-se como um importante problema de saúde pública.

Objetivos

O presente trabalho buscou-se analisar o perfil epidemiológico e a taxa de soroconversão para dengue, Zika e chikungunya de uma amostra de adolescentes do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes – Erica após a emergência da Zika no Brasil.

Metodologia

Estudo epidemiológico longitudinal conduzido em 160 jovens da linha de base do ERICA (2013), na faixa de 16 a 23 anos, recrutados para uma nova avaliação em 2018. Amostras de soro da linha de base e em 2018 foram testadas para IgG anti-DENV, IgG anti-ZIKV e IgG anti-CHIKV utilizando Kit Euroimmun, Lübeck, Germany.

Resultados

Das amostras coletadas na linha de base, 75,0% testaram positivas para dengue, 23,8% testaram positivas para Zika e nenhuma testou positiva para chikungunya. Em 2018, as frequências de positividade para esses marcadores sorológicos foram, respectivamente, 80%, 42,5% e 13,8%. A taxa de soroconversão para dengue, Zika e chikungunya no período foi de 27,5%, 13,8% e 32,8%, respectivamente. Os perfis sorológicos mais frequentes foram o de adolescentes que testaram, simultaneamente, positivo para dengue e negativo para chikungunya e Zika, assim como adolescentes que testaram simultaneamente positivo para dengue e Zika e negativo para chikungunya.

Conclusões/Considerações

Os achados indicam ampla circulação do DENV já em 2013. A positividade para ZIKV nas amostras em período anterior à emergência do vírus no país, assim como a elevada taxa de soroconversão em 2018, sugere a ocorrência de reação cruzada com dengue. A presente análise reforça a necessidade de caracterizar o perfil sorológico em áreas de co-circulação desses arbovírus visando dimensionar magnitude da população suscetível.

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