DESIGUALDADES NA POSSE DE CARTÃO DE VACINAÇÃO DE CRIANÇAS DE 12-23 MESES EM 82 PAÍSES DE RENDA BAIXA E MÉDIA

Vol 2, 2022 - 161023
Relato de Pesquisa
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Resumo

A posse de cartão de vacinação é relevante pois pode indicar tanto maior qualidade na informação sobre vacinação em crianças em comparação ao relato materno, quanto o contato com o serviço de saúde. Essa posse, porém, não é distribuída igualmente entre os grupos populacionais.

Objetivos

Assim, o objetivo deste estudo foi investigar as desigualdades socioeconômicas na posse de cartão de vacinação.

Metodologia

Foram utilizados dados dos inquéritos DHS e MICS para 82 países de renda média e baixa a partir de 2010. O desfecho foi definido como ter cartão de vacinação que foi visto pela entrevistadora. As dimensões de desigualdade analisadas foram sexo da criança, área de residência, educação materna e quintis de riqueza. Foi apresentado o índice absoluto de desigualdade (SII, em inglês) para as dimensões ordinais. O SII pode ser interpretado como a diferença em pontos percentuais (pp) entre os extremos da distribuição de riqueza. Um valor 0 representa a ausência de desigualdade enquanto valores positivos indicam maior proporção de posse de cartão nos mais ricos e valores negativos nos mais pobres.

Resultados

A proporção global de posse de cartão foi 63,8%, variando de 21,3% no Kiribati a mais de 95% na Armênia e Gâmbia. Não se observaram diferenças quanto ao sexo da criança. A proporção de cartão visto na área urbana e rural foi 66,2% e 62,5%, respetivamente. O SII para educação materna mostrou que filhos de mães com maior escolaridade apresentaram uma proporção de cartão visto 21 pp maior do que os filhos de mães menos educadas. No mesmo sentido, o SII para riqueza evidenciou que a posse de cartão foi 13 pp maior nas crianças de domicílios mais ricos em comparação aos mais pobres. Os países com maior desigualdade para educação materna e riqueza foram Madagascar e Nigéria, respectivamente.

Conclusões/Considerações

O presente estudo mostrou que crianças de domicílios mais pobres, moradores da zona rural, e cujas mães têm menor escolaridade apresentaram menor proporção de posse de cartão em casa. Os resultados sugerem que a informação sobre vacinação nesses grupos provém majoritariamente do relato materno, sujeito a viés de memória. Além disso, a ausência de cartão pode ser um indicador de baixo acesso ou contato com o serviço de saúde.

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