Anais do Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva
Anais do 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva

Na sociedade brasileira, a raça constitui um importante marcador social, o que faz com que pessoas negras e brancas ocupem estratos sociais diferentes. Segundo Guiotoku et al. (2012) “as doenças bucais são também uma expressão da biologia da desigualdade”, visto que assim como nas condições gerais de saúde, demonstram condições bastante heterogêneas de ocorrência, morbimortalidade e acesso.

Objetivos

Em vista disso, o presente estudo objetiva realizar uma revisão literária sobre a correlação entre as iniquidades sociais, representadas pelos Determinantes Sociais de Saúde e o acesso a serviços odontológicos no Brasil.

Metodologia

Trata-se de uma revisão, que buscou publicações em bases de dados científicas até 21 de abril de 2021. Os artigos foram triados a partir da leitura de título e resumo. Posteriormente, os selecionados foram lidos na íntegra, e aqueles incluídos a partir dos critérios de elegibilidade. O processo de busca resultou na identificação de 2.682 artigos científicos. Na triagem os duplicados foram removidos, resultando em 2.108 artigos científicos, destes 46 foram eleitos para leitura na íntegra e 2.067 registros foram excluídos por não se enquadrar nos critérios de elegibilidade. Após calibragem das discrepâncias dos artigos, houve a inclusão de 12 artigos científicos nesta revisão bibliográfica.

Resultados

Com foco na análise dos textos lidos, é urgente salientar que a literatura relaciona a dificuldade de acesso aos serviços odontológicos e raça/cor da pele negra. Os dados provenientes da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, ilustram que a cor da pele autorreferida é um importante fator limitante no acesso e utilização dos serviços de saúde bucal. As iniquidades relacionadas a dificuldade de acesso aos serviços de saúde bucal pela população negra, são corroborados por dados que comprovam que consultas, atendimentos, planos de saúde médico e odontológicos assim como tratamentos são mais acessíveis à população branca, com discrepâncias que chegam a mais de 10%.

Conclusões/Considerações

Uma mudança nesse cenário vai além da necessidade de uma maior oferta de serviços odontológicos, que visem a promoção, prevenção, tratamento e cura dos agravos relacionados à saúde bucal; perpassa por Políticas Públicas de Saúde que visem uma sociedade mais equânime e garanta planejamento, desenvolvimento e acesso igualitário