QUILOMBO URBANO DA MALOCA: UM RETRATO DA SUA HISTÓRIA E CULTURA

Vol 1, 2019 - 123146
Artes visuais (fotografia, cinema e vídeo) - GT Ampliando Linguagens
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Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES ARTÍSTICAS E CULTURAIS No Brasil, os negros se estabeleceram em quilombos, com vínculo de parentesco entre si e construíram um saber que é transmitido de geração a geração (SOUSA; SANTOS, 2019). Os povos quilombolas lutam pelo seu lugar por direito na sociedade. A questão envolve a contradição do reconhecimento do seu eu e especificidades, da certificação, titulação e posse de suas terras, da preservação e valorização de sua cultura, e, ainda, da luta contra o racismo e a discriminação racial (SANTOS, 2017). Torna-se importante o reconhecimento da vulnerabilidade destes povos e buscar formas de compreender a realidade através do conceito ampliado de saúde com novas ferramentas de aprendizagem e uso de metodologias problematizadoras (TAVARES et al., 2016). Este trabalho apresenta um documentário em forma de vídeo de curta metragem, sobre uma comunidade quilombola, com a proposta de perceber a realidade a partir de suas narrativas e experiências. Integra a ação dos alunos de uma instituição de ensino superior da região nordeste como proposta inovadora de formação desde a graduação e pós-graduação interdisciplinarmente. RESUMO Objetivo: apresentar um documentário de curta metragem a fim de dar visibilidade às narrativas e experiências dos moradores da comunidade quilombola urbana do Estado de Sergipe dentro do conceito ampliado de saúde. Metodologia: O documentário foi realizado na comunidade quilombola Maloca, localizada no município de Aracaju /SE. A comunidade é composta por 91 famílias descendentes de negros escravizados (INCRA, 2018). Foram incluídas as pessoas que aceitaram participar do documentário, falando um pouco sobre a comunidade e suas dificuldades do dia a dia. Após aceitarem participar do vídeo, todas as pessoas assinaram um termo de autorização de imagem. As entrevistas foram realizadas e gravadas pelos alunos da Pós-graduação em Saúde e Ambiente da Universidade Tiradentes. Além das entrevistas, foi realizada uma atividade de canto e dança com os moradores, representando o setembro amarelo, mês de prevenção do suicídio. Esta atividade contou com a participação de alunos do 4º período do curso de odontologia da universidade. Resultados: O documentário pode retratar e caracterizar os hábitos e costumes dos moradores. Em entrevista, uma moradora relatou que histórias da comunidade eram contadas de pais para filhos, foi citado também, informações sobre a estrutura física e o processo de reforma da comunidade. Outra pessoa comentou que antigamente não existia saneamento básico, energia e nem água, e que através da ajuda política e de ONGs, essa mudança havia acontecido. Os participantes do documentário falaram sobre a segurança e uso de drogas na comunidade, o que não parece ser um problema para os moradores. Foi citado o uso das práticas integrativas de uso de plantas medicinais utilizadas pelas senhoras de mais idade. No diálogo sobre a atuação da atenção primária de saúde, os entrevistados referiram que a unidade básica de saúde se encontrava próximo à comunidade e que a equipe de saúde da família fazia visitas domiciliares com frequência satisfatória. Por fim, ressaltaram que não havia grupo de idosos na comunidade com atividades organizadas. Considerações finais: Através deste documentário foi possível identificar a necessidade da comunidade, que é a formação de um grupo de convivência de idosos. Desta forma, poderia haver melhor socialização deste grupo etário, através da prática de atividades lúdicas, educativas e atividade física, favorecendo o envelhecimento saudável e melhoria da qualidade de vida. ANO E LOCAL DA PRODUÇÃO 2018. Comunidade Quilombola Maloca, localizada em Aracaju, SE. FORMATOS E SUPORTES NECESSÁRIOS REFERENTES À APRESENTAÇÃO Serão necessários equipamentos de transmissão audiovisual, como projetor Datashow e caixa de som. BIOGRAFIA DO AUTOR Enfermeira, Mestranda em Saúde e Ambiente pela Universidade Tiradentes (UNIT), Aracaju/SE, Brasil. Vinculada ao Laboratório de Planejamento e Promoção da Saúde (LPPS) do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) da UNIT. REFERÊNCIAS INCRA. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. 2018. Disponível em: < http://www.incra.gov.br/>. Acesso em: 23 maio 2019. SANTOS, D. M. Os quilombolas e sua inserção nas políticas públicas: subsídios à discussão da política de ATER quilombola. Revista de políticas públicas, v. 21, n. 2, 2017. SOUSA, M. S. R.; SANTOS, J. J. F. Territorialidade quilombola e trabalho: relação não dicotômica cultura e natureza. Revista Katálysis, v. 22, n. 1, p. 201-209, 2019. TAVARES, M. F. L. et al. A promoção da saúde no ensino profissional: desafios na Saúde e a necessidade de alcançar outros setores. Ciência e saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 21, n. 6, p. 1799-1808, jun. 2016.

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