Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivos: descrever s mudanças do perfil de causas de mortalidade no Brasil segundo o local de ocorrência do óbito em 2020. Métodos: estudo descritivo dos óbitos registrados no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) em 2019 e 2020, segundo capítulos da CID-10 e local de ocorrência (hospitais e domicílios). Resultados: Foram notificados 1.531.524 óbitos em 2020, com 206.646 (13.5%) óbitos por COVID-19 (CID-10=B34.2). De 2019 a 2020, ocorreram 20,2% a mais de óbitos domiciliares, com variação anual para doenças do aparelho circulatório, do aparelho respiratório, neoplasias, endócrinas, nutricionais e metabólicas, mentais e comportamentais, do sistema nervoso central, algumas infeciosas e parasitárias (excluindo COVID-19), do aparelho digestivo, do aparelho genitourinário, do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo, da pele e tecido subcutâneo, do sangue e órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários e causas externas de 9,7%, -3.4%, 21,2%, 27,5%, 39,4%, 23,2%, 20,2%, 11,3%, 27,3%, 22,7%, 18,5%, 10,6% e 2,8%. Em hospitais esses percentuais foram de -10,0, -8,6, -9.9, -2,8%, -2,4%, -15,5%, -5,5%, -6.9%, -9,5%, -14,2%, 7,3%, -10,7% e -5,1%, respectivamente. Óbitos em domicílio por algumas afecções originadas no período perinatal e aquelas durante a gravidez, parto e puerpério foram de 0,3% e -8,3%, e em hospitais foram de -8,0% e 14,2%. Os óbitos em domicílios com causa básica mal definida aumentaram 44,8%, e em hospitais 20,7%. Conclusões: Em 2020, a carga de mortalidade aumentou para óbitos ocorridos em domicílios para vários grupos de causas com redução para os ocorridos em hospitais, possivelmente devido a mudanças da atenção hospitalar mais centrada na pandemia.